Enesf 2025 debate inovação, sustentabilidade e desafios do setor florestal
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destacando a importância do trabalho conjunto.
Foto: Divulgação
O Encontro dos Executivos do Setor de Base Florestal (Enesf) 2025, promovido pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), ocorreu nos dias 20 e 21 de fevereiro, reunindo empresários e representantes sindicais de diversas regiões mato-grossenses para discutir temas estratégicos que impactam diretamente a cadeia produtiva.
O presidente do Cipem, Ednei Blasius, abriu o evento destacando a importância do trabalho conjunto entre Sindicatos, Empresários, Órgãos Ambientais, Consultores e Academia para a organização e o fortalecimento do setor, enfatizando que o conhecimento adquirido deve ser aplicado na ponta da cadeia produtiva para aprimorar processos e garantir eficiência.
A primeira palestra foi ministrada pelo economista e consultor tributarista José Lombardi, que abordou os reflexos da Reforma Tributária e das novas regras da Receita Federal, com foco nas mudanças impostas pela Lei Complementar nº 214/2025. Ele alertou para os impactos diretos no setor produtivo e reforçou a necessidade de que os empresários compreendam as alterações para evitar problemas jurídicos e financeiros.
O jornalista Lucca Caldas apresentou estratégias para fortalecer a comunicação e a gestão dos sindicatos por meio de ferramentas digitais. Ele destacou a importância do uso de plataformas como Trello para organização de tarefas e prazos; Instagram para ampliar a comunicação com o público; e ChatGPT para criação de conteúdos institucionais. A transformação digital é essencial para ampliar a visibilidade dos sindicatos e tornar suas ações mais eficientes", pontuou o palestrante.
A inovação tecnológica no manejo florestal também foi um dos destaques do evento, com a apresentação do aplicativo Lapexmad pelos professores Wylmor Dalfovo e Ivan Pires, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campus de Sinop/MT. A nova ferramenta foi desenvolvida para levantamento e análise de dados de produção e exportação de madeira, em que armazena e processa dados estratégicos, auxiliando na gestão e no planejamento do manejo florestal. O tema despertou grande interesse entre os participantes, que puderam conhecer melhor sua aplicação prática.
Outro debate importante foi conduzido pela engenheira florestal Bárbara Bomfim, presidente do Conselho Diretor da Rede Mulher Florestal. Ela apresentou dados sobre a baixa representatividade feminina no setor e explicou o trabalho da entidade, que há quatro anos atua para promover equidade de gênero e ampliar a participação feminina no setor florestal. Atualmente, a entidade conta com 185 membros, sendo 90% mulheres e 29 empresas e organizações parceiras. “Trabalhamos para fortalecer a diversidade e construir um ambiente mais inclusivo e sustentável”, ressaltou Bárbara.
As doutoras Marcela Gomes e Gracialda Ferreira, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), abordaram a importância da identificação botânica e anatômica correta das espécies em inventários florestais, um requisito essencial para garantir conformidade com a legislação ambiental e evitar penalizações. Gracialda Ferreira, especialista em botânica, explicou os procedimentos técnicos de análise morfológica, enquanto Marcela Gomes falou sobre a identificação anatômica da madeira e, ambas, reforçaram a necessidade de treinamento contínuo para evitar erros que possam comprometer o transporte e a comercialização da madeira.

essencial para a capacitação dos executivos do setor florestal.
Foto: Divulgação
Allan Camilo, presidente da Câmara de Comércio Indo-Brasileira em Mato Grosso, trouxe uma análise sobre as possibilidades de exportação de madeira para o mercado indiano. Ele alertou sobre a necessidade de conformidade no transporte da madeira, evitando penalidades administrativas e ambientais, e explicou que a Câmara de Comércio Indo-Brasileira atua como um canal de conexão entre empresários mato-grossenses e o mercado asiático, facilitando negociações.
O Enesf 2025 encerrou com a palestra da superintendente da Sema, Tatiana Arruda, que apresentou atualizações nos procedimentos de licenciamento e atividades de rotinas relacionadas com PMFS, PEF, como por exemplo, o uso da Guia Florestal, além dos avanços na reposição florestal, e no sistema Sisflora 2.0. Ela reforçou a importância da rastreabilidade e do controle eficiente na cadeia produtiva da madeira, garantindo transparência e sustentabilidade ao setor. A equipe técnica da Sema também esteve presente para esclarecer dúvidas e orientar os executivos sobre questões operacionais e normativas.
O diretor executivo do Cipem, Valdinei Bento, agradeceu a participação e o apoio da Amef, representada pelo presidente Diogo Baicere, bem como a contribuição do Indea, na pessoa de Marcos Antônio Couto Campos, engenheiro florestal e coordenador de Defesa de Tecnologia Florestal do instituto. Ele destacou a importância da colaboração entre as entidades para o fortalecimento do setor florestal e o avanço das boas práticas de manejo sustentável.
O evento que teve a 1° edição, em 2011, consolidou-se como essencial para a capacitação dos executivos do setor florestal em Mato Grosso. O Cipem, que representa oito sindicatos empresariais, reafirmou seu compromisso com a inovação, a sustentabilidade e o fortalecimento da cadeia produtiva. Com uma programação diversificada e palestras de alto nível, os participantes retornam às suas bases mais preparados para enfrentar os desafios do setor.
Samantha dos Anjos - Assessoria Cipem