Empresários e contadores discutem impactos da reforma tributária na indústria de Mato Grosso

A reforma tributária e seus impactos para o setor produtivo foram tema de uma palestra promovida pela Casa da Indústria de Cáceres, por meio da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt). O evento, realizado no Senai Cáceres, reuniu contatos, empresários e demais interessados no tema.
O consultor tributário da Fiemt, Victor Maizman, destacou a complexidade das novas regras e a necessidade de contadores especializados em cada setor industrial. Segundo ele, as mudanças exigirão maior capacitação e elevação dos custos com honorários contábeis.
A principal questão apontada foi a exclusão dos incentivos fiscais, que, segundo Maizman, são fundamentais para atrair investimentos ao estado. “Sem incentivo fiscal, Mato Grosso fica refém de repasses da União. É preciso buscar ajustes na reforma para corrigir esse erro. E a Fiemt está atuando neste sentido”, afirmou.
Outro ponto abordado foi o imposto seletivo, cuja regulamentação ainda não foi definida. A reforma tributária no Brasil está em fase de regulamentação e implementação gradual, com previsão de início da transição em 2026 e conclusão em 2033.

no Senai Cáceres
A palestra também abordou a necessidade de Mato Grosso superar desafios estruturais, como deficiências do setor elétrico e de logística, que afetam a competitividade das indústrias locais. Neste contexto, a Fiemt assumiu o compromisso de questionar leis que melhorem o desenvolvimento industrial, inclusive no âmbito municipal.
O contador Expedito Maurício Pereira, com mais de 50 anos de experiência, classificou a reforma como a maior e mais complexa já realizada no país. “Nunca houve uma reforma tão ampla. Empresários e contadores terão muitas dificuldades. Novos sistemas precisarão ser construídos do zero, aumentando a complexidade operacional”, comentou.
O vice-presidente da Fiemt, Heloizo Motta, ressaltou a importância de debater o tema com o setor produtivo. “São mudanças que impactam diretamente as indústrias. Quando se fala de impostos, estamos falando da estrutura financeira das empresas. O empresário sonha em expandir, mas a alta carga tributária dificulta esse processo”, afirmou.
Ainda de acordo com Maizman, há tempo para ajustes na reforma, especialmente em relação aos incentivos fiscais. Por isso, a Fiemt seguirá dialogando com parlamentares para promover uma “reforma da reforma”, que permitirá ao estado continuar atraindo investimentos essenciais para seu crescimento econômico e social.
Texto e fotos: Eduardo Cardoso