FEICON: Madeira nativa de Mato Grosso se destaca como solução sustentável para a construção civil

material em um segmento estratégico, a habitação
popular.
O setor florestal de Mato Grosso participa da Feicon 2025, em São Paulo, com um objetivo claro de mostrar que a madeira nativa pode e deve ter um papel cada vez mais relevante na construção civil brasileira. O evento, que é a maior vitrine da construção na América Latina, se tornou uma oportunidade estratégica para o setor apresentar as potencialidades e quebrar paradigmas em torno do uso da madeira.
O presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Ednei Blasius, destaca que o momento é ideal para reposicionar a madeira nativa como um material nobre e sustentável, apto a ser utilizado em diversos tipos de obras, da estrutura ao acabamento.
“O setor florestal de Mato Grosso está presente na Feicon apresentando a madeira nativa justamente para que as pessoas olhem com maior compreensão da sustentabilidade desse segmento. A madeira é uma das melhores contribuições na descarbonização da construção civil. Além das aplicações estruturais, de caixaria e de cobertura, precisamos agregar valor ofertando produtos como lambris, revestimentos ripados, assoalhos e outros materiais de acabamento que tornam os ambientes mais aconchegantes e sofisticados”, afirma Blasius.
O presidente do Cipem também reforça o potencial do material em um segmento estratégico, a habitação popular. “Temos condições de desenvolver casas populares de madeira nativa de excelente qualidade e durabilidade, igual ou até superior às estruturas convencionais de alvenaria. Mas, para isso, é preciso quebrar o paradigma de que construção em madeira é um conceito ultrapassado”, afirma.
Blasius defende a criação de políticas públicas que viabilizem o uso da madeira em larga escala, especialmente com a inclusão do material nos financiamentos habitacionais populares. “O maior incentivo que a gente pode ter hoje seria a parametrização e a viabilização da possibilidade de executar essas estruturas, através do financiamento de casas populares, por exemplo. Atualmente, a Caixa Econômica Federal não financia casas de madeira. O primeiro passo é mudar essa cultura e a legislação, para que possamos dar escala a essas construções”, completa.
O vice-presidente do Cipem, Gleisson Tagliari, reforça que a presença do setor na Feicon é um passo importante para sensibilizar a sociedade, arquitetos, engenheiros e autoridades sobre o potencial da madeira nativa.
“Estamos começando essa mobilização através da feira, mostrando o setor e realmente mostrando que a madeira, a nível mundial, é a bola da vez. Mas o brasileiro ainda carrega o paradigma de que madeira é errado, é coisa de segunda qualidade. Enquanto o mundo constrói prédios de 10, 15 andares com madeira, nós aqui seguimos restringindo o uso dela nas nossas cidades. É um contrassenso. Estamos correndo ao contrário da história, ao contrário da evolução de toda essa cadeia produtiva da madeira e de sua relevante contribuição para a regulação climática por meio do manejo florestal sustentável”, pontua Tagliari.
Madeira do Brasil para o mundo
Com manejo sustentável, rastreabilidade e qualidade reconhecida internacionalmente, a madeira nativa de Mato Grosso foi apresentada durante 4 dias na Feicon 2025 como uma solução moderna, ecológica e economicamente viável para o futuro da construção civil brasileira.
“Queremos sensibilizar os formadores de opinião, arquitetos, engenheiros e o poder público de que a madeira é, sim, um recurso viável sob todos os aspectos: econômico, ecológico e social. O setor florestal está pronto para atender essa nova demanda”, finaliza Ednei Blasius.
Texto: Gabriela Carvalho\ Cipem