Adoção do B15 marca avanço na cadeia do biodiesel e impulsiona agroindústria, afirma presidente do Unibio MT - Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso

Adoção do B15 marca avanço na cadeia do biodiesel e impulsiona agroindústria, afirma presidente do Unibio MT

09/07/2025 - 16h53
Biodiesel
Henrique Mazardo, do Unibio MT, destaca impacto positivo
para produtores e indústrias

A partir do próximo mês, o Brasil oficializa o uso do B15 — mistura de 15% de biodiesel ao diesel fóssil —, medida que deve impactar positivamente toda a cadeia produtiva do agronegócio, em especial o setor da soja. A avaliação é de Henrique Mazardo, presidente do Sindicato das Indústrias de Biodiesel de Mato Grosso (Unibio MT), que celebrou o avanço como um marco para o país.

“A aprovação do B15 traz uma demanda maior para a indústria do complexo soja e representa imensos avanços”, afirmou Mazardo durante entrevista ao Canal Agro +. Segundo ele, a medida garante previsibilidade ao setor desde 2024, quando foi sancionada a Lei do Combustível do Futuro. A legislação estabelece um cronograma de aumento gradual da mistura até 2030, quando será alcançado o B20.

Assista:

O presidente do Unibio MT destaca que o B15 já deveria estar em vigor desde março, conforme previsto em lei. No entanto, o início foi adiado e só confirmado no último dia 25 de junho pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “Vivemos um período de incerteza, mas agora temos segurança para planejar os próximos passos”, disse.

Com a nova proporção, estima-se que o país precisará esmagar cerca de 4,5 milhões de toneladas adicionais de soja. “O reflexo é importante não só para o setor de biodiesel, mas para toda a cadeia. Vai da valorização do grão para o produtor rural à descarbonização com mais energia limpa”, afirmou Mazardo.

A Unibio MT já se prepara para a próxima etapa: o B16, previsto para março de 2026. Para Mazardo, o calendário é essencial para garantir que a cadeia produtiva e os investidores possam se planejar. “É uma vitória não só do Mato Grosso, mas do Brasil como um todo”, declarou.

Outro ponto destacado pelo presidente do sindicato durante a entrevista foi a necessidade de fiscalização rigorosa da mistura. “Não basta só a lei. É fundamental garantir que o biodiesel chegue corretamente aos postos e que haja concorrência leal entre os distribuidores”, enfatizou.

Além da soja, o setor também vê espaço para outras matérias-primas, como o óleo de algodão, óleo de milho e sebo bovino. “O óleo de soja responde por quase 80% da produção de biodiesel no Brasil, mas temos uma cadeia diversificada e crescente”, explicou.

A produção de biodiesel também gera subprodutos de valor agregado. O principal deles é a glicerina, utilizada nas indústrias farmacêutica, alimentícia, química e na construção civil. “Cerca de 10% do volume final da produção vira glicerina, que movimenta diferentes setores e é até exportada”, destacou Mazardo.

Mazardo reforçou, ao final, a necessidade de manter as políticas públicas voltadas aos biocombustíveis. “Trata-se de um dever ambiental e, ao mesmo tempo, de uma chance para impulsionar a economia. Estamos pavimentando um caminho rumo a um futuro mais sustentável e eficiente”, concluiu.

Texto: Eduardo Cardoso

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