Indústria de base florestal se prepara para o futuro - Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso
Rafael Mason
Rafael Mason, presidente do Cipem

O setor de base florestal está passando por um momento estratégico de modernização das empresas e articulação política do segmento. A ideia é buscar avanços nas políticas públicas que favoreçam os negócios, entre elas, as que possibilitem a desburocratização de serviços e produtos, facilitem a comercialização de itens provenientes dos desdobramentos de madeira bruta e ainda melhorem os sistemas e exigências ambientais para o desenvolvimento da atividade.

Com o aumento da taxa de juros em território nacional e da recessão no mercado internacional, muitos empresários ligaram o alerta e estão agindo com cautela. Contudo, isso não significa estagnação e sim preparação para uma reação, na qual as empresas mais organizadas e comprometidas com a sustentabilidade colherão frutos, afirma o presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Rafael Mason.

Segundo o presidente do Cipem, que é uma entidade formada a partir da união de oito sindicatos empresariais de base florestal, para os próximos dois anos não há perspectivas
de aumento de empresas e de empregados. Porém, há terreno para ampliação do manejo florestal sustentável, que hoje está presente em 4,7 milhões de hectares em Mato
Grosso, mas tem a meta de Governo, por meio da Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI), de chegar a 6 milhões de hectares em 2030. 

Com relação as articulações políticas, Mason explica que o trabalho do Cipem está seguindo frentes diversas, que vão desde a discussão sobre a atualização das legislações
ambientais, até o rastreio da madeira e ainda a desoneração e desburocratização da produção e venda de produtos acabados.

Manejo florestal sustentável

O uso das áreas de reserva legal para o Manejo Florestal Sustentável traz perspectivas otimistas para o setor. A técnica mantém a floresta viva e converge os interesses econômicos e ambientais. O método de extração garante a renovação da área e inclui um sistema de rastreamento de toras, que chancela a madeira como legal e extraída em conformidade com a legislação. Um certificado considerado essencial para os produtos vendidos tanto no mercado nacional como no internacional.

Rafael Mason lembra que aquela imagem estigmatizada do madeireiro derrubando totalmente a floresta e amontoando as toras no meio da clareira não condiz mais com a realidade do setor. Há muitos anos, o trabalho é criterioso e passa pelo processo de mapeamento das áreas, com a identificação dos exemplares jovens, especies cuja a retirada não é autorizada pelos órgãos ambientais, bem como arvores que produzem sementes.

Depois, é feita apenas a extração das árvores adequadas, que saem com um sistema de rastreamento e as áreas de extração ficam sem uso até que toda a vegetação seja recomposta, o que pode demorar décadas. “E temos tanta área disponível em Mato Grosso, que a quantidade é suficiente para respeitar as fases do manejo e ainda manter o setor trabalhando”, afirma.

dados
Dados compilados pelo Observatório da Indústria de Mato Grosso.

Criatividade na gestão

O empresário Diones Marcos, da Madeireira Gramado, está otimista em relação ao futuro da atividade e acredita que a chave para o sucesso será a adequação às normas ambientais. Ele defende que a procura por madeira benefi ciada, com rastreabilidade, ampliará os mercados, tanto nacional, quanto internacional.

Mesmo com as difi culdades enfrentadas pelo segmento, que na opinião dele é o alto custo para extração e industrialização da matéria-prima, vislumbra a possibilidade de lucro.
Para driblar os obstáculos, usou a criatividade para se manter produzindo. A estratégia envolveu o reaproveitamento das sobras de madeira para a fabricação de móveis e utensílios domésticos e a diversificação de atuação, bem como o investimento em máquinas de alta produtividade e eficiência. “Com a madeira convencional, busquei industrializar e exportar deckings, investi em secagem e fabricação de biomassa, como cavaqueiras”, afirma.

olho de matéria

Segurança e saúde do trabalhador

base segura
Rastreabilidde é uma inovação que permite identificar
de onde saiu a madeira. Foto: divulgação

Um dos obstáculos do setor de base florestalnos últimos anos foi se adequar às Normas Regulamentadoras (NRs) de segurança de trabalho. O setor emprega cerca de 10 mil
trabalhadores em Mato Grosso, em empresas, basicamente, localizadas na região Norte.

Para atender às necessidades do segmento, o Serviço Social da Indústria Mato Grosso (Sesi MT) lançou o projeto Base Segura, que oferece treinamento, consultorias e palestras
focadas nas principais NRs para as indústrias de base florestal.

O superintendente regional do Sesi MT, Alexandre Serafi m, explica que todo o programa foi baseado nas necessidades do setor. “Entramos em campo e fi zemos o diagnóstico.
Com os resultados em mãos, construímos um programa para superar os obstáculos e evitar danos aos trabalhadores e aos empresários. O Sesi fará a maior parte do investimento e a em presa benefi ciada apenas uma pequena contrapartida”, destaca.

Texto: Gerência Corporativa de Comunicação Institucional do Sistema Fiemt

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