Mais Possibilidades: mais de 260 pessoas com deficiência são qualificadas na indústria de bioenergia - Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso
turma mais possibilidades
12ª turma de Aprendizagem do programa Mais Possibilidades

Lançado em maio, o programa “Mais Possibilidades” bateu a marca de 266 pessoas com deficiências matriculadas para a Aprendizagem Industrial em Logística ou Aprendizagem Industrial em Gestão. Ao todo, 12 turmas foram iniciadas em 10 municípios, onde atuam 11 indústrias de bioenergia de Mato Grosso associadas ao Bioind-MT. O programa, resultado da união entre o Bioind-MT, a Fiscalização do Trabalho e o Senai, tem o objetivo de promover a inclusão de pessoas com deficiência, por meio da qualificação profissional.

A formação é executada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso (Senai MT) nas unidades localizadas em Barra do Bugres, Cáceres, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop e Sorriso. A 12ª turma teve início na última semana em Sinop (500 km de Cuiabá), e a 13ª turma terá início na primeira semana de dezembro.

"O Mais Possibilidades é um marco para a indústria de bioenergia, é o primeiro programa de capacitação para pessoas com deficiência deste setor em Mato Grosso e no país. Todos ganham: os alunos com formação e oportunidades no mercado de trabalho; e as empresas, com a chance de captar mão de obra qualificada e crescer com a diversidade", afirma o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e do Bioind-MT, Silvio Rangel.

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Caroline Mendes Lima, auditora fiscal do Trabalho

Os alunos têm direito a bolsa de aprendizagem e, enquanto estiverem estudando, não deixam de receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC), do governo federal. A coordenadora do Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência e de Reabilitados do INSS no Mercado de Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE MT), Caroline Mendes Lima, destaca o alcance social do projeto, oferecendo oportunidade à pessoas que, muitas vezes, são excluídas na sociedade.

“É um projeto muito importante porque envolve a inclusão de pessoas com todos os tipos de deficiência e que, muitas vezes, nunca tiveram uma oportunidade de trabalho. O programa abre a possibilidade de adentrarem no mercado de trabalho inicialmente como aprendizes, com toda a qualificação necessária. Nosso desafio é que, vencida a fase de contratação como aprendizes, as pessoas com deficiência permaneçam no vínculo de emprego. Nesse sentido, a principal transformação que vimos nesse processo foi a adesão das empresas de bioenergia que hoje estão conseguindo contratar esses profissionais e cumprir as obrigações legais”, destaca Caroline.

As empresas que receberam os aprendizes são: Agropecuária Novo Milênio, ALD Bioenergia, Barralcool Destilaria, Destilaria Libra, FS Fueling Sustainability, Inpasa, Safras Armazens, Safras Industria e Comercio de Biocombustíveis, Sipal Indústria e Comércio, Tirolesa Agropecuária, Usimat Destilaria de Álcool, Usina Barralcool e a Uisa. Para 2024, a meta do programa é realizar a qualificação de 300 alunos.

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Denise, coordenadora do Senai e o aluno Valdirlei Araújo

Inclusão

Criada em 1991, a Lei de Cotas (art. 93 da Lei 8.213/91) determina que empresas com 100 trabalhadores ou mais devem preencher pelo menos 2% dos cargos com pessoas portadoras de deficiência. Nas empresas com mais de 1.000 colaboradores, o percentual é de 5%.

Para a coordenadora de Inclusão e Responsabilidade Social do Senai MT, Denise Molina, um dos desafios é garantir que os alunos concluam os cursos. “É um trabalho de busca ativa de novos alunos e de constante monitoramento”, afirma.

Para a supervisora Corporativa de Desenvolvimento Humano Organizacional da Inpasa, Isabela Pereira, o programa tem efeitos positivos também entre os funcionários da empresa. “Gera um sentimento de gratidão imenso entre os colaboradores. É um projeto desafiador”.

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Stella Vitória Freire, aluna da turma com a Inpasa

Histórias de superação

Stella Vitória Ferro Freire tem 18 anos e conta que nunca achou que fosse conseguir trabalhar. A aluna é cadeirante e iniciou a Aprendizagem na 12ª turma, em Sinop. “Se não fosse esse projeto eu estaria em casa, fazendo nada. Nunca achei que fosse conseguir trabalhar e graças a essa oportunidade terei acesso ao mercado de trabalho”, comemora.

Com deficiência auditiva, Valdirlei Araújo Gonçalves tem 36 anos, é casado, tem dois filhos e comemora a matrícula no curso. Ele afirma que irá dar o seu melhor para ser efetivado na empresa. “Eu sempre procurei oportunidades e nunca encontrava. Eu levo uma vida com muitas dificuldades, sou casado e tenho dois filhos, sustento minha casa com muita dificuldade e não vejo a hora de iniciar a parte prática na empresa, quero me dedicar ao máximo para ser efetivado”, pontua.

Confira:

Texto e Fotos: Amanda Simeone

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