A agroindustrialização de Mato Grosso ganhou um importante reforço com a instalação da nova planta da Delta Energia, nesta terça-feira (1º), em Cuiabá. A unidade é a sétima maior do país e tem capacidade diária para produzir até um milhão de litros de biodiesel B100, utilizando matéria prima vegetal e animal, abundantes no estado.

Por determinação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), desde setembro, o percentual mínimo de biodiesel a ser acrescido ao óleo diesel comercializado no país passou de 10% para 11%. O crescimento será gradativo, e chegará a 15% em 2023.

Na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias do Biodiesel de Mato Grosso (SindiBio-MT), Rodrigo Prosdócimo Guerra, o cenário é favorável para novos investimentos.

“A nova política de adição de biodiesel deixou o setor pujante. Teremos novos investimentos em todo o país, e Mato Grosso tem oportunidade de atrair diversas empresas, já que será necessário aumentar a produção para assegurar o abastecimento de biodiesel no mercado brasileiro”, afirma Rodrigo.

O investimento da nova empresa consolida Mato Grosso como o segundo maior produtor de combustível limpo. Hoje, o ranking é liderado por Rio Grande do Sul e em terceiro lugar está o estado de Goiás.

O deputado estadual e vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Avalone Júnior, auxiliou na instalação da empresa em Cuiabá. “A chegada à Mato Grosso de uma das maiores empresas do país no setor de biodiesel é muito importante, sobretudo neste cenário atual de desemprego. Além disso, certamente virão outros investimentos semelhantes” comemora Avalone.

O presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, lembra que a produção do biodiesel responde por grande parcela da agregação de valor na cadeia da soja. "Se uma parcela de 30% da soja que Mato Grosso exportada fosse industrializada, a geração de riqueza saltaria de R$7,1 bilhões para R$9,4 bilhões", pontua, baseado em dados do Observatório da Indústria da Fiemt.

De acordo o Grupo Delta Energia, a nova unidade vai empregar, de forma direta, pelo menos 100 pessoas.