Artigo | Em defesa do trabalho
Neste primeiro de maio comemoramos mais um dia do trabalho no mundo, em meio a uma grande transformação do significado desta palavra para nossa sociedade. O trabalho, que já foi por muito tempo confundido com emprego, volta a ter um significado muito mais amplo do que o do seu maior símbolo por muito tempo na economia brasileira, a famosa “carteira assinada”, quando milhares de brasileiros preferem empreender do que buscar emprego. Para falarmos disso, é necessária uma contextualização histórica do trabalho para entendermos seu passado, seu presente e principalmente seu futuro.
Nos primórdios da humanidade, não havia empregados nem empregadores, mas apenas a necessidade de empreender para sobreviver. O ser humano caçava, pescava, colhia os frutos que a terra lhe oferecia e sobrevivia deste trabalho de extração das ofertas da natureza, em um arranjo econômico quase que exclusivamente extrativo.
Com o avanço das necessidades e das tecnologias de produção, o homem primitivo começou a perceber as vantagens que produzir cultivando ou criando animais, por exemplo, lhe dava em termo de segurança em relação a colher apenas o que a natureza lhe oferecia. Se iniciavam nesta fase da humanidade a introdução dos conceitos de segurança alimentar e produção em escala.
Séculos se passaram e outras tendências econômicas se estabeleceram, sendo a principal delas a noção de que a especialização gerava ainda mais ganhos. O tecido social se organizou e os produtores especializados trocavam seus produtos pelos produtos de outros, em uma prática conhecida como escambo (troca). Com a necessidade de ampliação da produção, pessoas contratavam outras pessoas para trabalharem nestes arranjos produtivos e, com a invenção da moeda, esses trabalhadores não eram mais pagos com produtos, mas com dinheiro por seu trabalho.
A evolução tecnológica trouxe consigo as Revoluções Industriais, que nada mais fizeram do que ampliar exponencialmente a capacidade de produção dos trabalhadores e das empresas, através da utilização de máquinas e tecnologias que se somaram ao rudimentar esforço humano para produzir todo tipo de bens e serviços para os mais de 7 bilhões de habitantes deste planeta, atendendo (ainda hoje de forma incompleta) às suas necessidades. Chegamos ao século XXI com a certeza de que o trinômio ser humano-máquina-tecnologia é o arranjo mais eficiente para responder às necessidades da sociedade, e que um ambiente de negócios saudável cria o ânimo para que muitos façam investimentos que viabilizam a instalação de um número cada vez maior de empreendimentos econômicos.
É neste ponto que precisamos hoje fazer uma grande pergunta: quais instituições estão prontas, no ambiente da quarta revolução tecnológica e industrial, para apoiar o Brasil a ser mais competitivo? A resposta não pode ser outra que não SESI e SENAI. Duas instituições de imensa capilaridade, presentes em todo o território nacional, que cuidam deste que é o tripé do desenvolvimento econômico desde que o mundo existe: o ser humano, a máquina e a tecnologia.
Muitos me perguntam o que fazem SESI e SENAI, e a resposta para esta pergunta pode ser bastante extensa, em especial se formos enumerar os mais de seiscentos produtos e serviços que levamos aos quatro cantos de nosso estado e que anualmente são responsáveis por centenas de milhares de atendimentos em nossos municípios. Mas, como a busca pela eficiência é uma obsessão em nossas instituições, me permitam de maneira eficiente resumir assim nosso trabalho: no SESI e no SENAI preparamos homens e mulheres para que eles atinjam sua máxima produtividade com saúde, conhecimento e vitalidade; realizamos sua integração com máquinas que ampliam de maneira imensa seu potencial produtivo; e aplicamos a tecnologia aos processos produtivos para que se faça o máximo com os recursos disponíveis.
Assim contribuímos, seja em nossas unidades ou nas indústrias que atendemos presencialmente, para que o trabalho de cada um seja feito com a máxima qualidade e produtividade possíveis, gerando um arranjo eficiente e eficaz. E, quando isso acontece, mais trabalho existe para todos em nossa sociedade, seja com vagas de emprego ou com necessidade de mais gente empreendendo para atender às demandas que o crescimento econômico exige.
Onde tem SESI, SENAI, IEL e FIEMT, a indústria está presente.
Gustavo de Oliveira é empresário e presidente da FIEMT.