Posicionamento oficial da Fiemt sobre cortes nos recursos do Sistema S
Em atenção às recentes declarações da equipe de Governo do Presidente eleito Jair Bolsonaro, o Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT) vem a público reforçar seu posicionamento em defesa do desenvolvimento da indústria mato-grossense, esclarecendo os pontos a seguir:
1. Apoiamos totalmente a adoção de estratégias para a desoneração da folha de pagamento dos empresários brasileiros, que sofrem com um dos mais altos custos de geração de empregos no mundo, o que cria sérias limitações à competitividade das indústrias nacionais em relação a seus concorrentes mundiais em um mercado cada vez mais globalizado e competitivo.
2. A defesa da redução dos custos trabalhistas é destaque em nossa atuação ao longo da História. Porém, tão importante quanto essa redução é a garantia de formação e qualificação de profissionais realmente preparados para o mercado de trabalho. É essencial que se busque o equilíbrio entre uma folha de pagamentos enxuta e a oferta adequada de profissionais aptos a ocupar tanto as vagas existentes quanto as que serão geradas com o reaquecimento da economia.
3. Nossa preocupação quanto ao corte nos recursos destinados ao Sistema S se dá pelo forte impacto que tal corte acarretará nas gratuidades oferecidas por essas instituições no país (mais de 70% no SENAI, por exemplo), fazendo com que milhares de vagas deixem de ser oferecidas para formação gratuita de profissionais qualificados, essenciais à competitividade das empresas brasileiras.
4. No mesmo otimismo que contagia grande parte da nação neste momento, gostaríamos de ter a segurança de que os governos Federal e Estadual terão plena capacidade para absorver milhares de novos alunos de menor poder econômico nas estruturas públicas de ensino, visto que os que não podem pagar por ensino privado deixarão de contar com milhares de vagas oferecidas por SESI e SENAI em nosso estado.
5. Esperamos que os grandes problemas estruturais da economia brasileira, tais como as altas taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras, o imenso déficit no setor público, a altíssima carga tributária, a logística precária, a falta de estratégias de inovação e a paralisante burocracia, entre outros, que compõem o conjunto de reais entraves ao nosso desenvolvimento econômico e social, sejam igualmente atacados pelo Governo Brasileiro a partir de 1° de Janeiro de 2019.
Nossa luta é pelo desenvolvimento do estado e do país, hoje reféns de uma complexa rede de estruturas arcaicas e que, ao contrário das instituições que comandamos, pouco entregam de volta ao cidadão brasileiro.
A busca pela competitividade nacional é nossa principal diretriz. Todas as medidas que vierem a colaborar com este propósito e contribuírem para a redução do custo do emprego no país terão nosso apoio. Esperamos apenas que a amplitude dos efeitos colaterais seja passível de absorção, sem prejuízos à sociedade brasileira, que clama por uma maior eficiência no setor público em todas as suas esferas.
Gustavo de Oliveira
Presidente do Sistema Fiemt