Startup de MT desenvolve estação meteorológica de baixo custo
Acompanhar a previsão do tempo é um ponto determinante para quem trabalha com a terra. saber se vai chover ou se fará sol faz parte do processo de produção agrícola. Um grupo de estudantes de Mato Grosso decidiu colocar em andamento a ideia de um professor e abriram uma startup com o objetivo de desenvolver uma estação meteorológica de baixo custo, que colhe dados e faz previsões climáticas capazes de auxiliar o setor agro do país. A ideia foi apresentada no Inova SENAI regional, validada para a etapa nacional e premiada, com R$ 1 mil em cursos.
Fahim Elias Costa Rihbane, professor de Ciência e pesquisador da Faculdade de Tecnologia do SENAI Mato Grosso (Fatec), matutava a ideia desde a época da faculdade. Com o passar dos anos, a vinda do mestrado e do doutorado, voltado para a área ambiental, o que estava na cabeça de Fahim começou a sair do imaginário. Dividiu o projeto com quatro alunos e, juntos, desenvolveram um protótipo, que já foi testado e aprovado.
Segundo Fahim, a Estação Micrometeorológica de Baixo Custo-AgroLowCoast, nome dado ao produto, auxiliará o setor agro na melhoria do manejo, aumentando a produtividade e reduzindo os custos. “Ainda não está 100% pronto, mas foi mais ou menos um ano trabalhando em cima do projeto. Fizemos um protótipo e agora a gente está, através de impressora 3D, fabricando alguns sensores”, conta o professor. No entanto, mesmo ainda inacabado, o projeto conseguiu investidores, teve o primeiro MVP (sigla de Minimum Viable Product, que significa produto mínimo viável) financiado e, em cima da demanda de um produtor do estado, virou uma startup.
Fahim conta ainda que alguns dos alunos que estavam no projeto tinham emprego e acabaram largando o trabalho para se dedicar integralmente à startup. “Isso é bom para os alunos porque ficam mais incentivados, pois vão trabalhar em algo que é deles. Não são empregados, são donos do próprio negócio. E outros alunos, com o nosso resultado, verificaram que há possibilidade deles chegarem lá, com outros projetos, então é um grande incentivo a outros alunos que estão estudando”, pondera o pesquisador.
Guilherme Felipe Ferreira, de 22 anos, foi um dos que abandonou o antigo emprego, em uma empresa de tecnologia, para apostar no novo negócio. “Não passava pela minha cabeça. Na época, no início do Inova, no regional, minha cabeça era outra, almejava outros objetivos profissionalmente, o Inova seria apenas uma coisa que iria acrescentar no meu currículo, no meu conhecimento, experiência, e ia passar aquilo ali. Não esperava que isso iria acontecer”, lembra o jovem.
Hoje, com a perspectiva de crescer no ramo do empreendedorismo, mesmo com todas as inseguranças, Guilherme não pensa em desistir. “Quando você passa por aquela situação e você consegue, você vê o quanto você se superou, aprendeu e se desafiou, você fala assim, estou pronto para a próxima. A startup dando certo ou não, pra mim, já deu certo. Só de participar, tentar, buscar, ir até o final, seja qual for o ciclo de vida, para mim já é uma vitória, uma conquista. É um novo Guilherme. Evoluiu, cresceu muito mais”, observa o estudante.
Empreender
Criado em 2012, o Inova está alinhado à prática pedagógica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), que estimula a cultura de inovação a partir do desenvolvimento de projetos como situação de aprendizagem. O prêmio desafia alunos e docentes da instituição a pôr em prática os conhecimentos e desenvolver produtos e processos inovadores alinhados às necessidades e aos interesses da indústria brasileira. Os melhores projetos são apresentados a um fórum de investidores que podem tirar a ideia do papel e levar o processo ou o produto desenvolvido para o mercado.