Artigo | Trilhos para o desenvolvimento
Amanhã (29/07) a sessão plenária do Tribunal de Contas da União (TCU) vai analisar três temas que interferem diretamente na economia de Mato Grosso. Os dois primeiros são os processos de renovação das concessões das ferrovias Estrada de Ferro Carajás (FC) e Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), ambos da Vale.
Se isso for aprovado, a Vale deverá, como contrapartida, se responsabilizar pelas obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), no segmento que liga os municípios de Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT). E é justamente esse o projeto que interessa a Mato Grosso – e que também entra na pauta do TCU amanhã.
A construção da Fico tem imensa importância para a economia de Mato Grosso, especialmente para os municípios do Vale Araguaia, região com grande potencial para o desenvolvimento do agronegócio, da indústria e do turismo, mas que depende de soluções para as limitações logísticas que historicamente dificultam a atração de investimentos.
O progresso não anda na terra e nem fica no escuro. Essa frase é velha conhecida de quem vive no Vale do Araguaia, que nos últimos 20 anos vem lutando por soluções definitivas tanto na estabilização do fornecimento de energia quanto na logística, de modo a dar vazão à produção cada vez mais crescente da região.
Na verdade, a ampliação da malha ferroviária em geral em nosso estado é um grande anseio de todos os setores econômicos e também da população. Neste momento em que as previsões de crescimento e geração de empregos foram tão duramente afetadas pela pandemia do coronavírus, a esperança nessas obras ganha dimensões ainda maiores.
Viabilizar empreendimentos como a Fico, a Ferrogrão e a extensão dos trilhos da Ferrovia Senador Vicente Vuolo até o Norte do Estado, atendendo Cuiabá, seria uma enorme injeção de ânimo para empresários e investidores, pois estaríamos aliviando um dos gargalos do nosso desenvolvimento, que é o custo do frete e a dificuldade no escoamento da nossa produção, uma vez que estamos longe dos grandes centros consumidores e também dos portos.
A Fiemt acompanhará a sessão plenária de amanhã – que será transmitida pelo canal do TCU no YouTube, a partir das 13h30 de Mato Grosso, em uma demonstração muito positiva de transparência. Acompanhe também, será importante.
Todo o setor industrial – e certamente os demais setores da economia – está na torcida para que os ministros, em suas análises, levem em consideração todo o imenso efeito positivo que tal obra vai exercer sobre a vida de centenas de milhares de pessoas. Muito mais do que uma ferrovia, estamos falando de trilhos para o desenvolvimento do Araguaia e de Mato Grosso.
Gustavo de Oliveira, presidente do Sistema Fiemt