A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) assinou na manhã desta segunda-feira (25) o termo de adesão ao programa Carbono Neutro MT, lançado pelo governo do estado para garantir o cumprimento das metas globais de redução do efeito estufa.  A ação consolida o compromisso de Mato Grosso com a iniciativa Race to Zero, das Nações Unidas, e traz uma meta ambiciosa: neutralizar as emissões dos gases efeito estufa no estado até 2035.

O presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, participou on-line da cerimônia de lançamento do programa e destacou que as indústrias do estado têm um grande potencial para contribuir com a descarbonização da economia mundial, citando como exemplo os setores de base florestal e biocombustíveis, além de diversas iniciativas estratégicas voltadas à sustentabilidade.  

“Não só apoiamos essa iniciativa, como entendemos que a nossa indústria tem uma vocação natural para ser uma indústria verde. Primeiro porque em muitos setores, como a geração de energia elétrica, a produção de biocombustíveis, o manejo florestal sustentável e tantos outros, a nossa indústria já oferece ao mundo soluções e serviços de descarbonização. O que nós teremos que fazer é ampliar as escalas desses serviços e deixar claro para o mundo inteiro que as nossas alternativas são sim muito boas”, declarou o presidente.

Engajamento

O programa, instituído pelo Decreto 1.160/2021, é baseado em um estudo aprofundado que identificou 12 grandes ações cujos resultados levarão o atingimento da meta de neutralização das emissões: o projeto Trajetórias de Descarbonização, um processo colaborativo entre o governo de Mato Grosso, liderado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), com técnicos do Climate Group, Winrock International, Center for Climate Strategies e Força-tarefa de Governadores para Floresta e o Clima (GCF Taskforce) e do Fórum Matogrossense de Mudanças Climáticas (FMMC), entre outros.

Para atingir seus objetivos, o programa prevê várias formas de engajamento de entidades, incluindo pessoas físicas e jurídicas. O presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool – MT), também participou do lançamento e afirmou que a atitude do governo valoriza a produção do estado, além de melhorar a situação climática mundial.  “Acho que é muito importante e válido colocar aqui que o Sindalcool vai assinar esse programa e vamos incentivar cada vez mais que o estado possa estar complementando e ajudando o mundo inteiro com as melhorias do nosso ambiente”, garantiu Silvio.

O setor de base florestal foi representado pelo presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Rafael Mason. “Nós somos da Base Florestal e com muito orgulho, porque hoje a secretária mostrou que nós estamos com 4,7 milhões de hectares de manejo florestal sustentável. É uma conservação incrível e nós temos muito mais a desenvolver. Com esse programa, o estado está levando mais uma bandeira muito forte para o mundo e o setor aqui apoia plenamente”, declarou.

O Instituto Ação Verde também aderiu ao Programa, além de diversas outras entidades de representação de vários setores.

COP-26

O programa será apresentado pela delegação do governo na Conferência do Clima, a COP-26, em Glasgow, na Escócia, no início de novembro. Lá, o governo pretende também apresentar os bons resultados de redução de emissões oriundos do manejo florestal sustentável, conservação e aumento dos estoques de carbono [REDD+].

Às vésperas da conferência, o governador Mauro Mendes fez questão de enfatizar que as boas práticas já existem em Mato Grosso – e agora serão intensificadas de forma estratégica, com a parceria do setor privado, e disseminadas. “O mundo ainda desconhece que o estado de Mato Grosso é um grande produtor de alimentos e faz isso de forma sustentável”, afirmou.

“Podemos mostrar a Mato Grosso, ao Brasil e ao mundo o quanto nós consideramos a agenda ambiental importante para políticas públicas, para o futuro e para a produção sustentável”, afirmou a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti

12 Ações

As 12 ações para que o Mato Grosso neutralizes suas emissões de Gases de Efeito Estufa até 2035 são:

- Manutenção do ativo florestal do estado, com incentivos socioeconômicos à conservação

- Manejo florestal sustentável

- Reflorestamentos comerciais

- Regularização fundiária e direitos legais à terra

- Implantação e melhorias da gestão de Áreas Protegidas

- Redução de incêndios florestais

- Restauração da paisagem florestal

- Proteção da vegetação secundária

- Aumento da produtividade agropecuária em áreas já abertas

- Recuperação de áreas degradadas

- Integração lavoura-pecuária-floresta

- Produção e consumo de biocombustíveis.

Selos

Sendo uma integração das estratégias do Governo do Estado e do setor privado para produção sustentável e de baixas emissões, o programa tem quatro categorias de selos que serão destinados aos participantes que se enquadrarem nos seguintes critérios:

- Financiador:  a entidade deve destinar recursos financeiros às ações voltadas ao atingimento da meta de neutralização de emissões em MT;

- Apoiador: destinado aos que realizam campanhas de apoio ao Programa. A Fiemt é membro apoiador;

- Compromisário: será concedido às pessoas físicas ou jurídicas que assumirem o compromisso voluntário de atingir a neutralização de emissões até 2035, com meta intermediária de redução de 80% das emissões até 2030;

- Carbono 0%: pessoas físicas ou jurídicas que comprovarem o atingimento da meta de neutralização de emissões de gases de efeito estufa.

Confira aqui a íntegra da apresentação do Programa MT Carbono Neutro.