Sistema Fiemt trabalha pelo desenvolvimento do setor sucroenergético em MT
Buscar referências, práticas de gestão tecnológica e parcerias para o desenvolvimento do setor sucroenergético do estado. Esse foi o objetivo de uma comitiva do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt) em visita, na quinta-feira (09), ao Senai Sertãozinho (SP), unidade referência em produção de bioenergia.
A comitiva foi formada pelo vice-presidente da Fiemt, presidente do sindicato das Indústrias de Bionergia do Estado de Mato Grosso (Sindalcool MT) e presidente do Conselho Temático de Inovação Tecnológica (Cointec), Silvio Rangel, pelo o Diretor Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso (Senai MT), Carlos Braguini, e pelo gerente de Competitividade Industrial do Senai, Anderson Domingos.
O Brasil é hoje o segundo maior produtor de etanol do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. São Paulo é o maior produtor do país, sendo o berço das indústrias de etanol e também das indústrias de base do setor. Entretanto, Mato Grosso tem ganhado espaço nesse segmento e já ocupa o terceiro lugar na produção deste biocombustível.
Segundo o presidente do Sindalcool MT, a expectativa é de que na próxima atualização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) o estado já esteja em segundo lugar.
Mato Grosso tem hoje 15 indústrias de produção de etanol em funcionamento em três modelos: a base de cana-de-açúcar, a base de milhou e flex (operam a base de cana ou milho). Conforme dados do Observatório da Indústria de Mato Grosso, um dos diferenciais do Estado é matéria-prima utilizada. Enquanto no resto do Brasil a cana-de-açúcar é a praticamente a fonte principal (93,94%), em Mato Grosso o milho tem ganhado espaço e já corresponde a 37,7% da matéria-prima da produção de etanol.
Silvio Rangel afirmou que o setor sucroenergético passa por um novo ciclo de desenvolvimento em Mato Grosso e que este processo será benéfico para o estado, proporcionando crescimento econômico e social. “Estamos passando por um processo de verticalização e adensamento dessa cadeia produtiva, com criação de mais co-produtos industriais. Como representante desse setor, é nosso papel buscar caminhos para acelerar esse desenvolvimento e promover a capacitação de pessoas”.
Outro fator de destaque nessa pauta sucroenergética está ligada a área ambiental. O etanol é uma energia limpa e renovável e substitui o uso de combustíveis fósseis — como a gasolina e o dieseil — diminuindo os gases do efeito estufa. Devido a essas características, o etanol passará a ser mais demandado pelo mundo. “Enquanto o mundo corre atrás de alternativas para substituição de combustíveis fósseis, Mato Grosso e o Brasil têm grande oportunidade de crescer nesta área como nenhum outro país”, afirmou.
Troca de experiências e parcerias entre unidades Senai
O Senai Sertãozinho oferece diversos cursos de qualificação profissional nos mais diversos segmentos industriais, mas é referência em bioenergia. A unidade possui uma planta de produção de etanol para treinamento dos alunos e experiências de novas tecnologias. O portfólio deles é amplo: eficiência energética, biotecnologia, estudos de maturidade tecnológica e inteligência artificial, eficiência operacional e outros.
O diretor regional do Senai MT, Carlos Braguini ressaltou que o Senai no Brasil é formado por uma rede de mais de 500 unidades para atender a indústria e que o intercâmbio entre as unidades é importante para o desenvolvimento do setor. “O Senai de Mato Grosso está ampliando sua participação por meio da rede, possibilitando levar a tecnologia, a competência a experiência como a unidade de Sertãozinho para o nosso estado, ampliando a possibilidade de ofertar produtos e serviços para as nossas indústrias.
Formação de obra para o setor ferroviário
O vice-presidente da Fiemt e o diretor do Senai aproveitaram a viagem para São Paula a para visitar o Senai Henrique Lupo, em Araraquara. A unidade é referência em cursos na área metroferroviária. Eles visitaram o segundo maior pátio de manutenção de locomotivas do Brasil, que pertence a empresa Rumo e tem parceria com o Senai para formação e treinamentos.
Mato Grosso vai expandir sua malha ferroviária nos próximos anos. E o Sistema Fiemt vai contribuir com este processo de desenvolvimento do estado. Um dos pontos é a qualificação profissional. Conforme o diretor do Senai, nos próximos anos a instituição estará pronta para ampliar o portfólio de cursos e atender esse segmento.
O grupo também visitou a Embrapa de São Carlos, que possui o laboratório nacional de agro-fotônica e produz pesquisas para serem aplicadas na agricultura, meio ambiente e agroindústria.
“Foi uma viagem muito produtiva, visitamos instituições de referência em tecnologia e inovação e em áreas de interesse para a indústria de Mato Grosso. Fomos muito bem recebidos e voltamos para casa preparados para formalizar parcerias que vão ampliar a prestação de serviços para a indústria de Mato Grosso”, afirmou Braguini.
Assista:
Texto e fotos: Ana Rosa Fagundes