Com grande potencial a ser explorado, boa parte das empresas instaladas em Mato Grosso ainda não comercializaram seus produtos externamente. A exportação ainda é uma meta em planejamento para cerca de 85% dos empresários mato-grossenses, conforme dados do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX). Estima-se que apenas 15% das empresas já exportam ou exportaram eventualmente. 

“Esses números mostram o potencial das empresas de Mato Grosso nessa janela de oportunidades que constitui as vendas para o mercado externo”, destacou o coordenador do Projeto PEIEX-MT, Raoni Florentino da Silva Teixeira em entrevista concedida para o Comex MT, boletim produzido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).

Segundo ele, o setor mais atendido é o de alimento e bebidas, com 47% de participação, seguido de Castanhas do Brasil e moda e vestuário, com 10% cada. Os demais setores, que totalizam 27% de participação, são:  produtos náuticos, casa e construção, frutas, colchões, artes, acessórios para PETs, serviços de editoração, produtos lácteos, madeira beneficiada, móveis de madeira e minérios.

Antes de pensar em exportar, o empresário precisa se organizar. “O principal passo é o planejamento. Antes de fazer a operação, a empresa precisa de uma estratégia de prospecção de mercados, de um plano para encontrar clientes e, também, para ser encontrada”, ressalta Teixeira, pontuando ainda que a construção desse plano envolve a definição do posicionamento da marca e do produto/serviço, a adequação de produtos e embalagens, registro de marcas, a busca por potenciais certificações obrigatórias ou que possam agregar valor  e a definição de uma estratégia de logística e distribuição internacional. 

O presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, destaca que o acesso ao mercado internacional pode ser feito por pequenas e médias empresas.“Temos um gama de produtos que podem ganhar espaço no mercado externo. O processo de industrialização em Mato Grosso reforça esse status de estado exportador, agregando valor à nossa produção local”.  Conforme ele, a internacionalização das pequenas empresas é termômetro da economia. “Se há expansão nas ações focadas no mercado externo é porque estamos indo bem economicamente”, disse.

Ele lembra que dados divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram o crescimento exponencial de Mato Grosso que, na contramão da maioria dos estados brasileiros, teve o maior crescimento na produção industrial neste ano. “A indústria de Mato Grosso contribuiu positivamente para a economia e geração de empregos”, concluiu.

Raoni Florentino da Silva Teixeira, foi o entrevistado do mês de julho do boletim Comex MT, que é produzido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt). Confira aqui o boletim .

Texto: Vívian Lessa  | Fiemt