Mercado livre de energia pode gerar até 30% de economia para indústria
Mais da metade das indústrias de Mato Grosso tem interesse em migrar para o mercado livre de energia a partir de 2024. O levantamento realizado pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), a partir da pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 53% das empresas do estado que estão no mercado cativo querem comprar energia diretamente do gerador ou comercializador, sem intermediários.
A possibilidade de escolha permite negociações comerciais que proporcionam a redução de preço, melhores condições de pagamento, quantidade de energia contratada, entre outras vantagens de diminuição de custo.
No final do ano passado, o Governo Federal publicou uma portaria que abriu o mercado para os consumidores atendidos em alta e média tensão (Grupo A), para escolherem seu fornecedor de energia através do ambiente livre de contratação.
“Existem dois modos de atuação no mercado livre: atacadista e varejista. No primeiro, a empresa compra a energia com a comercializadora e faz toda a gestão junto à Câmara de Comercialização de Energia (CCEE). Nesta modalidade a economia pode chegar até 30%. No segundo modelo, a comercializadora faz a migração e atua como representante do consumidor. A economia varia entre 15% e 20%”, explica o presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sindienergia MT), Tiago Vianna de Arruda.
Ainda segundo o levantamento do Observatório da Indústria, 73% das empresas afirmaram que o aumento do custo de energia elétrica teve impacto sobre seus custos totais de produção.
“A energia elétrica é insumo fundamental e estratégico. Para ampliar nossa capacidade produtiva e dar competitividade nos mercados interno e externo, precisamos de alternativas que reduzam esse custo fixo. A Fiemt tem acompanhado de perto essa mudança de legislação e essa nova portaria possibilita que o empresário adquira energia elétrica por um valor negociável”, finaliza o presidente da Fiemt, Silvio Rangel.
Como migrar?
O estudo mostra ainda que 80% das indústrias de Mato Grosso utilizam a energia elétrica como principal fonte energética nos processos produtivos e 67% delas integram o chamado Grupo A e, se desejarem, podem migrar para o mercado livre.
Nos próximos dias, o Sindenergia MT e a Fiemt vão lançar um programa para auxiliar às indústrias na realização de um estudo individual para verificar a viabilidade de migração para o mercado livre de energia. Além disso, o Instituto Senai de Tecnologia em Mato Grosso oferece inúmeras soluções em eficiência energética para reduzir os custos das indústrias. Confira aqui.
Texto: Eduardo Cardoso