Setores de energia de fonte renovável se unem para combater fake news
As notícias falsas, também chamadas de fake news, sobre as fontes de energia renováveis são problemas em comum para os empresários que atuam nos segmentos de energia solar, hidrelétricas, biodiesel, biogás e biometano. A observação foi feita durante o encerramento do XI Seminário da Energia, realizado na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).
Promovido pelo Sindicato das Indústrias da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás de Mato Grosso (Sindenergia), o evento tratou das oportunidades e desafios no setor elétrico no estado. Em parceria com Sindicato das Indústrias de Biocombustível de Mato Grosso (SindiBio MT), o evento trouxe especialistas para tratar das notícias falsas que associam o biocombustível com problemas causados a motores e equipamentos a diesel.
“Surgiu aqui no evento a percepção que toda a geração de energias renováveis sofre o mesmo problema e a gente identificou que a raiz dos problemas está longe da eficiência das fontes renováveis. O Brasil é um dos poucos países do mundo que faria tranquilamente a transição definitiva para 100% renováveis até com custo menor do que o atual das fosseis”, destacou o presidente do Conselho da Associação Brasileira das Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), Paulo Arbex.
Ele ainda pontuou que os combustíveis fósseis tem menos exigência de compensação ambiental do que uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), por exemplo.
“Os maiores subsídios hoje são para combustíveis fosseis. São R$ 123 bilhões por ano. É uma vez e meia o que Brasil economizou com Reforma da Previdência. Se não tivessem essas renúncias fiscais nem precisaria da Reforma da Previdência e não precisaria da Reforma Fiscal. A energia renovável no Brasil é mais barata do que a fóssil, mas nós temos regras malucas no setor elétrico permitindo contratar termelétrica fóssil a R$ 2.500 reais como aconteceu em 2022, mas não permite contratar PCH 100% brasileira com menos pegada de carbono a R$ 300”, argumentou.
Para o diretor de Biocombustíveis da União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e consultor do Sindibio-MT, Donato Aranda, ao fazer o evento integrando todas as fontes de energia renováveis, todos os setores se viram vítimas de informações falsas, como um ponto em comum.
“Cada setor tem suas próprias. No caso do biodiesel nenhum consumidor adquire biodiesel puro simplesmente. O biodiesel está presente em 12% do diesel, mas se fura um pneu do caminhão, o problema é associado ao biodiesel. A gente tem desmistificado isso e os dados científicos mostram ao contrário”, pontou o palestrante.
Assista a palestra:
O presidente do Sindenergia, Tiago Vianna Arruda, disse que é necessário unir as forças de todas as fontes geradoras do país para combater as fakes news e trazer mais sinergia para o mercado de energia.
“Quando a gente unir todas as fontes solar, PCHs, biogás, biometano, biodiesel conseguiremos promover o sistema elétrico mais seguro e preços menores a médio e longo prazo para os consumidores”, afirma.
O vice-presidente da Fiemt, Rodrigo Guerra, destacou que a entidade tem trabalhado e promovido a defesa do setor que segue todas as regras de produção sustentável.
“O setor de energia renovável tem sido constantemente atacado. É preciso juntar forças para avançar em bloco e garantir o que precisa ser feito e as dar visibilidade às verdades que precisam ser expostas. Conte com a Fiemt nesse trabalho”, destaca Guerra que também é vice-presidente do Sindibio-MT.
O presidente do Sindibio MT, Rômulo Morandin, destacou que é necessário criar um Grupo de Trabalho (GT) com a Fiemt e os sindicatos envolvidos com a energia de fonte renovável para buscar soluções na promoção e defesa do setor.
“Precisamos elaborar um documento e encaminhar para as associações nacionais e trabalhar também dentro do estado. Só se combate mentiras com verdades, e essas fake news só servem para enganar a sociedade”, finaliza.