Agroindústria: setor que gera riqueza e encontra terreno fértil em Mato Grosso - Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso

Agroindústria: setor que gera riqueza e encontra terreno fértil em Mato Grosso

22/08/2023 - 11h47
agroindustria de mato grosso
*Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2021,
compilados pelo Observatório da Indústria de Mato Grosso

A agropecuária cresce de forma acelerada em Mato Grosso e traz consigo o fomento ao setor agroindustrial. Para se ter uma ideia, apenas em relação aos grãos, o estado alcançou a produção de 86,4 milhões de toneladas na safra 2021/2022. O número representou um acréscimo de 18,4% em relação à safra anterior e as projeções já mostram novo recorde de produção no próximo ciclo, atingido um percentual de acréscimo de 12%, o que mantém o estado como líder no ranking de produtores.

Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) englobam apenas parte das commodities agrícolas que podem ser industrializadas no estado e comercializadas tanto no mercado interno e externo, com maior valor agregado, fomentando a indústria de transformação.

Somente a soja, por exemplo, pode dar origem a outros 104 subprodutos, como farelo, óleo, leite e proteína texturizada. Aliás, as oleaginosas podem ser usadas na indústria de biocombustíveis, segmento promissor no estado. As plantas industriais estão se expandindo e aumentando o ritmo de produção para atender uma demanda mundial para produção de energia limpa.

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NOVO CICLO DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO PASSA PELA AGROINDÚSTRIA

Levantamento do Observatório da Indústria de Mato Grosso indica a existência de 2.653 agroindústrias no estado. Algumas atividades definidas com agroindustriais parecem lógicas, analisadas a partir do senso comum, como frigoríficos e fábrica de óleo vegetal.

Contudo, existem outras que também se encaixam no setor, mas não são tão óbvias, como serrarias, fabricação de móveis, produtos de padaria, panificação industrial, confeitaria e confecção de peças de vestuário, além das atividades já tradicionais no segmento alimentício com frigoríficos de bovinos, suínos e aves.

Então, fica a pergunta: afinal de contas, o que é agroindústria?

Na tentativa de mensurar o setor, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) definiu, por volta de 1950, como agroindústria todo ambiente físico equipado e preparado para atividades relacionadas à transformação de produtos agropecuários ou com recursos necessários para sua produção, como máquinas e fertilizantes.

Sendo assim, não há como negar a abrangência da agroindústria, que segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), absorve metade da massa salarial do Estado. Enquanto o montante total, em Mato Grosso, é de R$ 4 bilhões, R$ 2 bilhões são vindos da agroindústria.

O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Silvio Rangel, explica que a oferta de matéria prima por parte de agroindústria é abundante. E como a ampliação da fronteira agrícola encontra limitações geográficas, a nova expansão econômica de Mato Grosso se dará por meio da ampla industrialização das commodities.

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IMPACTO DA DIGITALIZAÇÃO

O avanço da agroindústria conta com mudanças tecnológicas, sofisticação dos processos e ampliação dos postos de trabalho. Neste panorama, a atualização digital veio para transformar e trouxe consigo uma projeção de oferta de cerca de 500 mil novos empregos até 2029.

Essa estimativa faz parte do estudo “Profissões Emergentes na Era Digital: oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde”, realizado pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Ao analisar a atuação das indústrias no Brasil, o estudo identifica que o país possui o maior parque industrial da América do Sul e apresenta uma atuação diversificada com importante geração de empregos. A transformação digital, por meio da Indústria 4.0, tem sido a alavanca da competitividade do setor, com a produção mais eficiente e sustentável.

Oportunidades à vista - A digitalização dos processos produtivos exige dos profissionais competências digitais, afastando assim, o emprego da força física no trabalho industrial, o que gera mais oportunidades para jovens e mulheres em ambientes antes dominados pelo público masculino. Ainda conforme a análise apresentada no estudo, a formação profissional em razão da transformação digital é uma das maiores lacunas nos setores de agricultura, transformação e serviços.

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Carlos Braguini, diretor regionl do Senai MT

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

O estudo sobre profissões emergentes aponta ainda que é necessário um alinhamento mais efetivo entre a oferta de cursos e as demandas do setor, o que indica uma carência na oferta educacional. Para o diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Mato Grosso, Carlos Braguini, este ponto faz a proposta do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt) ser inovadora, já que foi concebida por parcerias com o setor produtivo, outras instituições privadas e setor público.

“A falta de mão de obra é um obstáculo em todas as indústrias. Se eu perguntar para qualquer empresário industrial de Mato Grosso se ele está contratando, e resposta é sim. Mas, para resolver esse problema é preciso considerar muitas variáveis. Além de ter a falta de trabalhador, muitos empregados estão se aposentando, outros precisam se atualizar e ainda é preciso enfrentar a desinteresse dos que deviam estar entrando no mercado de trabalho”, destaca.

Então, a proposta apresentada pela organização passa pela realização de rotas tecnológicas que incluem a formação, aperfeiçoamento e atualização contante dos professores e dos métodos educacionais. Um modelo onde a instituição também precisa estar em contante mudança, não só para acompanhar, mas para antecipar as mudanças, entre elas as tecnológicas, do mercado.

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PARCERIA FIRMADA COM MARCAS MUNDIAIS PARA FORMAÇÃO DE MANUTENTORES DE MÁQUINAS

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Treinamento com máquinas John Deere

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as atividades no campo são responsáveis pela empregabilidade de mais de 18 milhões de trabalhadores em todo o Brasil, o que representa 18% do total de pessoas ocupadas, 97,6 milhões. São mais de 750 jovens com formação agroindustrial em Mato Grosso.

Além do desempenho frente a absorção de trabalhadores, as atividades no campo também impactam na economia, pois impulsionado pelo aumento expressivo de 24,7% do cultivo da soja, o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou crescimento de 1,9% no primeiro trimestre de 2023.

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Treinamento com máquinas Case IH

Ao passo que a produção no campo avança, o segmento puxa outras áreas que integram a cadeia, como por exemplo, a indústria de máquinas pesadas que registrou um aumento de 49,5% nas importações em 2022, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Três países concentram a maior parte do fornecimento dessas tecnologias para o Brasil, sendo a China o principal fornecedor com 27,6% do total, seguida pelo Estados Unidos, com 17,4%, e pela Alemanha, com 11,7% do montante.

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Treinamento com máquinas Fendt

O projeto com formações em manutenção de máquinas agrícolas do Senai MT iniciou em 2020 com a implantação das carretas-escolas que são equipadas com salas de aula e laboratórios para realizar formações em locais distantes das unidades fixas. Em pouco mais de três anos, foram atendidas 22 empresas agroindustriais como Amaggi, Bom Futuro, Barralcool, Scheffer, Jotabasso, entre outras. São mais de 1.500 profissionais especializados nas marcas Case IH, John Deere, Fendt, Valtra e Massey Ferguson.

Foram realizadas turmas nos municípios de Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Barra do Bugres, Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Querência, Sinop, Alta Floresta, Juara, Juína e Várzea Grande.

A previsão para este ano de 2023 é a formação de pelo menos mais 2 mil profissionais para atuar com agricultura de precisão, manutenção de plantadeira, tratores agrícolas, colheitadeira de grãos, pulverizador autopropelido, além de colhedora de cana e de algodão.

MÁQUINAS TECNOLÓGICAS AMPLIAM OPORTUNIDADES DE TRABALHO

Clique aqui e confira os depoimentos de quem apoia a qualificação profissional com inovação para o mercado agroindustrial.

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