Bioenova: evento nacional consolida Mato Grosso como referência na produção de bioenergia
O 1º Bioenova: encontro nacional de inovação das Indústrias de Bioenergia teve início nesta quinta-feira (24.08), em Cuiabá, e reuniu empresários, produtores industriais e rurais, autoridades e especialistas do país para debater o desenvolvimento do setor e conectar as empresas com soluções inovadoras. O evento consolida Mato Grosso como referência na produção e liderança na discussão sobre bioenergia.
O presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt) e do Sindicato das Indústrias e Bioenergia de Mato Grosso (Bioind), Silvio Rangel, reforçou que o Bioenova amplia o debate sobre inovação e tecnologia, além de fomentar as estratégias para promover a sustentabilidade no setor de bioenergia.
“Este evento reúne pessoas estratégias para pensar em pautas necessárias e importantes para o setor de bioenergia, como inovação industrial, tecnologia e sustentabilidade. Mato Grosso tem evoluído muito, em menos de sete anos a produção quadruplicou, e safra atual deve registar 5,4 bilhões de litros de produção de etanol. E nós ainda emos um potencial enorme para aumentar a produção, não só de etanol, mas de outros produtos, como biogás, biometano, energia elétrica, alimentos. Temos muitas oportunidade e desafios para superar com políticas públicas e planejamento”, pontua.
Mato Grosso prevê uma produção de cerca de 5.3 bilhões de etanol para a safra 23/24, o equivalente a um crescimento de 23%, em comparação com a safra de 22/23. Já quando se fala em etanol produzido a partir do milho, a previsão é de que os números saltem de 3.2 bilhões, da safra anterior, para 4.2 bilhões no ciclo 23/24.
O vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Biodiesel no estado de Mato Grosso (Sindibio-MT), Rodrigo Guerra, pontuou que Mato Grosso é o segundo maior produtor de biodiesel no país, sendo responsável por 20% da produção brasileira com possibilidade de evolução.
“Atualmente Mato Grosso é responsável por 20% da produção de biodiesel do país e temos condição de aumentar. É importante ressaltar que o biodiesel não compete com a produção nacional de combustível, já que o Brasil necessita importar até 30% do diesel.
Mato Grosso diversificou as atividades econômicas com a produção de biodiesel. O processo de industrialização de óleos vegetais, a transformação em biodiesel e a comercialização geram empregos diretos e indiretos, movimentando setores que vão desde a agricultura até a logística e distribuição.
Presidente do Bioenergia Brasil, Mário Campos, afirmou que a expectativa do setor é muito positiva para os próximos anos e destacou a decisão do Governo Federal de aumentar a mistura de bicombustíveis nos combustíveis fósseis como uma oportunidade para o segmento e demonstração de comprometimento com uma matriz energética mais limpa. “O ministro Alexandre Silveira anunciou o início dos estudos para aumentar o percentual da mistura de etanol na gasolina para 30%. O setor tem total capacidade de ofertar esse produto e Brasil está cada vez mais ofertando uma gasolina ‘mais verde’, com menos emissão de carbono”,
Novas oportunidades e sustentabilidade: As indústrias de etanol passaram por um processo de evolução e hoje não produzem apenas o bicombustível. Como explica o presidente o Bioind, as indústrias hoje têm um ciclo fechado de produção, onde tudo é aproveitado e transformado em novos produtos. “Tudo que antes era considera resíduos se transforma em matéria-prima para outros produtos, como energia elétrica, biogás e biometano. Esta sempre foi uma indústria sustentável, mas cada vez mais somos exemplo para o mundo sobre como produzir com sustentabilidade e tudo isso foi possível com inovação”, reforçou.
Ele também destacou o potencial do estado para a produção de biometano biogás, que pode substituir o diesel, combustível de origem fóssil em veículos. Está previsto para o ano que vem a inauguração da primeira usina de biogás do estado, localizada em Nova Olímpia.
Senai e conexão com as indústrias
Carlos Braguini, diretor Regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai MT) destacou o posicionamento da instituição de estar cada vez mais perto das cadeias agroindustriais, construindo soluções conjuntas. “Ao fazermos isso colocamos à disposição do segmento produtivo novos produtos e serviços, acelerando o desenvolvimento do segmento agroindustrial, que tanto contribui com o desenvolvimento do estado. Nossas unidades escolares, Faculdade de Tecnologia e Instituto de Inovação estão à disposição para o fomento da agroindústria”.
Cerimônia de abertura
Também estavam presentes na cerimônia de abertura o Presidente Executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás e do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha; coordenador-geral de bioenergia do Ministério da Agriculta, Cid Caldas; Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Cesar Miranda; Presidente da União Nacional de Etanol de Milho, Guilherme Nolasco; Presidente da Datagro, Plínio Nastari e o gerente técnico e comercial da SLO Consultoria Industrial, Sérgio Lessa.
Texto: Ana Rosa Fagundes e Amanda Simeone