O custo do frete ainda é um dos principais empecilhos para a internacionalização das indústrias. É a dor latente do empresário que almeja a expansão do seu negócio para fora do seu país de origem ou tem a necessidade de importação de tecnologia e matéria-prima. O assunto foi discutido durante o 1º Worcomex MT - Expandindo Horizontes, Simplificando Processos. O evento, realizado pela Gerência de Internacionalização do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt), reuniu especialistas e profissionais do mercado, oportunizando experiências e aprendizados sobre práticas e ferramentas uteis para a internacionalização de negócios, na segunda-feira (18.09).

A gerente de Internacionalização da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sarah Saldanha, destacou que, na pesquisa Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras, 56% dos empresários de todo o Brasil apontam que o custo do frete internacional é o maior impasse no processo de importação e exportação. No Centro-Oeste, o percentual sobe para 58%. Desses, boa parte dos microempreendedores ressaltam para as dificuldades de acesso a novos mercados como entrave para a internacionalização.

“Dentro desse processo, há inúmeros fatores que podem dificultar a importação ou exportação de produtos. A depender do perfil, os remédios são diferentes”, acrescentou a representante da CNI, durante o painel ‘Introdução à Facilitação e Desburocratização do Comércio Exterior no Brasil’, que contou com a participação do analista de Políticas e Indústria da CNI, Pedro Barroso. Segundo a gerente, há a necessidade do profissional que atua na área conhecer as ferramentas para identificar a diversidade e desafios relacionadas a exportação, que é uma perna do processo de internacionalização, por exemplo.

O gerente de Internacionalização do Sistema Fiemt, Alexandre Glauco, ressaltou a importância do evento para sanar dúvidas e apontar soluções ao empresário. “A Gerência de Internacionalização do Sistema Fiemt está à disposição para ajudar nesse processo, sendo mais assertivo em suas tomadas de decisões relacionadas à internacionalização”. Para isso, a instituição elaborou os Guias COMEX - Jornada da Exportação e Jornada da Importação, que estão disponíveis gratuitamente.

Acompanhamento

Muito antes de planejar a primeira compra no exterior ou de alcançar novos mercados internacionais, a visão estratégica passeia por toda a cadeia produtiva.  “A atualização dos temas é importante. Custo dos produtos, incertezas climáticas, mudanças no sistema tributário, são alguns dos cenários voláteis que podem causar insegurança jurídica para o empresário, pontuou a diretora executiva da Sindicato das Indústrias de Bioenergia do Estado de Mato Grosso (Bioind MT), Lhais Sparvoli, durante a palestra ‘Oportunidades e Desafios do Comércio Exterior no Brasil e em Mato Grosso’. Segundo ela, um cenário favorável permite investimentos sustentáveis, promovendo a industrialização e agregando valor à produção.

Ainda no evento, o advogado e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Valerio Mazzuoli, destacou as questões jurídicas relevantes do direito do comércio internacional. “Muitos contratos não são formalizados entre as partes, mas simplesmente contratos de adesão e o empresário precisa ter cuidados para evitar problemas”, pontuou.

Texto e foto: Vívian Lessa