Na Fiesp, presidente da Fiemt participa de encontro com chanceler da Argentina
A ministra de Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Diana Mondino, participou, nesta terça-feira (16.04), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de encontro com integrantes da diretoria da entidade e de sindicatos. O objetivo foi apresentar, no contexto econômico atual da Argentina, oportunidades comerciais bilaterais, com destaque para a agenda empresarial de negócios e investimentos entre as duas nações.
“Há vários desafios importantes que se impõem aos dois países, que são irmãos, como a mudança climática e a transição energética”, destacou o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, na abertura do encontro. “Ambos podem propiciar ao mundo uma matriz energética mais sustentável e ofertar segurança alimentar”.
De acordo com Josué, a Argentina vive um momento especial, com o novo governo, e há mudanças perceptíveis na direção correta. “Os setores empresariais, Fiesp e UIA (Unión Industrial Argentina), podem trabalhar juntos para que as relações econômicas e sociais se fortaleçam”, afirmou.
Em sua exposição, Diana Mondino fez uma análise da situação econômica argentina, que é extremamente complexa, segundo ela, com déficit fiscal crônico, dívida monetária e reservas negativas, mas que está sendo colocada no eixo. “Em um mundo cheio e desafios, o que temos a oferecer do ponto de vista da Argentina são objetivos claros e a forma de alcançá-los”, disse.
Ela destacou que ambos os países são parte da solução no cenário de transição energética, como sequestradores de carbono e exportadores de energia limpa. Outro aspecto mencionado se refere à segurança alimentar, na geração de proteína animal. Ambos se destacam no comércio mundial, mas sofrem com restrições de outros países.
Além disso, a chanceler descartou a possibilidade de rompimento com o Mercosul, mas ressaltou que é necessário mudar o nível de relacionamento entre os países e modernizar o acordo.
Já o presidente da UIA, Daniel Funes de Rioja, também disse que espera ver o Mercosul em um rumo mais moderno e sem tantas travas burocráticas, com relações de trabalho mais estreitas, em busca de soluções recíprocas. Segundo ele, o reposicionamento das cadeias de valor é um dos pontos que merecem atenção. “A complexidade aumenta o desafio. E a Fiesp e a UIA são protagonistas nesse cenário e nas oportunidades”, afirmou.
Rioja avalia que as mudanças dos processos industriais mundiais trouxeram impacto à competitividade, à produtividade e à participação comercial dos países. “Seremos interlocutores propositivos do setor privado também com os organismos internacionais e precisamos de visão estratégica de longo prazo, atenta ao setor produtivo”, completou, referindo-se aos dois países.
O Brasil é um dos principais parceiros comerciais da Argentina. Para Rioja, cooperação regulatória, conectividade, iniciativas rumo à sustentabilidade, desburocratização e logística são alguns dos aspectos que devem compor uma agenda comum nas relações entre os vizinhos.
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Silvio Rangel, é conselheiro membro do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp (Cosag) e participou do encontro. Ele contribuiu destacando a relevância do agronegócio brasileiro e sua conexão com a agenda bilateral entre Brasil e Argentina. “Nosso estado desempenha um papel crucial na oferta de recursos naturais e na produção sustentável, aspectos fundamentais na transição energética e na mitigação das mudanças climáticas”.
Para ele, essa abordagem colaborativa, que integra atores-chave, promove o fortalecimento o fortalecimento das relações econômicas e sociais entre Brasil e Argentina, e também reforça o potencial de Mato Grosso como um parceiro estratégico nesse contexto de transição energética e transformação econômica global.
Com texto e informações da Assessoria de Comunicação da Fiesp