Sistema Fiemt recebe 2º Fórum de Governança para empresas familiares
O Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso ( Sistema Fiemt) reuniu, nesta terça-feira (15), em Cuiabá, empresários de todo estado para o 2º Fórum Temático de Governança para empresas familiares. Realizado em parceria com o Capítulo Brasília Centro-Oeste do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL MT), o evento teve como objetivo debater e fomentar a “jornada da sucessão”.
Segundo a superintendente da Fiemt e do IEL, Fernanda Campos, ainda é um desafio para a indústria e, principalmente, para a agroindústria, falar sobre sucessão familiar. Em sua segunda edição (a primeira ocorreu em setembro de 2023), o Fórum de Governança já faz parte do calendário da Fiemt por se tratar de um conteúdo prioritário para as lideranças do setor.
“Um exemplo é que, das 11 novas usinas de etanol de milho instaladas em Mato Grosso, a maioria são lideradas por sucessores. Esse cenário nos mostra o quanto precisamos avançar na implementação da governança familiar para garantir a longevidade dos negócios e a prosperidade do estado para as futuras gerações”, destacou Fernanda.
No Brasil, 90% das empresas têm perfil familiar, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de responder por mais da metade do PIB, as empresas familiares também empregam 75% da mão de obra no país. Apesar da relevância, apenas 30% delas chegam à 3ª geração e somente metade, ou 15%, sobrevivem a ela.
Para a organizadora do evento e coordenadora do Capítulo Brasília/Centro-Oeste do IBGC, Cristhiane Brandão, que também é conselheira de Administração e consultora em Governança para Empresas Familiares, é fundamental potencializar esses conhecimentos para garantir não só a resiliência do negócio, como as boas práticas.
“Ampliamos muito a discussão devido o interesse principalmente dos mais jovens, que estão buscando formas diferentes de dar continuidade ao negócio da família. De modo geral, percebemos a necessidade de a família estar inserida nessa ambiência da governança, seja para que o fundador entenda o seu papel e a sua responsabilidade em ter que repassar o negócio; também de filhos e netos ao entrar na empresa sabendo dos seus papéis e das suas responsabilidades”, pontuou a coordenadora do Capítulo Brasília/Centro-Oeste do IBGC.
De acordo com Cristhiane, os princípios da governança são importantes para lapidar e nortear os negócios familiares. “Quando se fala de transparência, prestação de contas, sustentabilidade, responsabilização, todos são princípios que são da governança fazem com que as empresas tenham uma maior sustentação, ou seja, que elas possam, de fato, continuar e tenham uma maior resiliência diante das adversidades, de maneira a ter planos de contingências, com o objetivo de minimizar riscos e impactos futuros”.
Durante o evento, dois herdeiros compartilharam suas experiências na “Jornada da Sucessão” e responderam perguntas dos participantes, entre eles, Thiago Salgado, que é vice-presidente do conselho de administração do Sicoob Cocre e filho da fundadora da Sanavita (Piracicaba – SP), empresa especializada em produtos nutricionais saudáveis. Ele afirma que “profissionalizar a empresa e a família, ao implementar conceitos de governança, foi decisivo para o crescimento e consolidação da empresa".
Outro herdeiro, João Marcos Ávila, CEO do Grupo Avilages, com apenas 21 anos, trouxe seu case de sucesso à frente dos negócios da família. Os empreendimentos têm origem em Goiás, com o avô e o pai, porém, ao longo dos anos se ampliaram para outros estados e se diversificaram em vários nichos de mercado, entre eles, também na área do agronegócio em Confresa, Mato Grosso.
“A parceria e o entrosamento com o meu pai, desde muito pequeno, participando do dia a dia da empresa, entendendo como funcionava, foi essencial para consolidar o processo de sucessão. Embora os irmãos não estejam dentro da empresa, participam de um conselho de sócios, de reuniões mensais para acompanhar o desenvolvimento da empresa, além de estarem no conselho de administração, tudo isso, com o intuito de fazer perpetuar o negócio”, frisou Ávila.
Texto: Com informações da assessoria/IBGC