Fiemt 50 anos: Documentário revela meio século de histórias e líderes da indústria mato-grossense

Um mergulho profundo na história da indústria de Mato Grosso é o que propõe o documentário de 67 minutos que integra a exposição “Fiemt 50 anos: um legado de desenvolvimento para Mato Grosso”.
A produção audiovisual, parte central da mostra, reúne depoimentos emocionantes de oito presidentes eméritos e do atual dirigente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), traçando um panorama das conquistas, desafios e visões de futuro que moldaram o setor industrial ao longo de cinco décadas.
Mais que um registro institucional, a série de vídeos é um mosaico de memórias vivas, que entrelaça imagens históricas, fotografias e documentos com relatos pessoais dos ex-presidentes, desde o visionário Otacílio Borges Canavarros, que liderou a fundação da entidade em 1975, até Silvio Rangel, atual presidente, que conduz a federação em uma nova era de inovação e sustentabilidade. A produção emociona ao capturar os feitos e o espírito de cada época.
Como bem resume Rangel, em um dos trechos mais marcantes do filme. "Este documentário não é apenas uma homenagem ao passado. Ele é um chamado para o futuro. Mostra que a nossa história foi feita com coragem, visão e trabalho, e que o futuro da indústria em Mato Grosso depende da nossa capacidade de continuar inovando."
Um legado itinerante
A mostra é itinerante e passará por diversas cidades ao longo de 2025, começou por Cáceres (29/05), Rondonópolis (05/06), Juína (03/07), Sorriso (07/08), Sinop (15/08) e Querência (02/09), além de permanecer na sede do Sistema Fiemt em Cuiabá.
Cada parada será uma nova oportunidade para a população conhecer de perto as raízes industriais que ajudaram a construir o Mato Grosso de hoje — e pensar coletivamente no que ainda está por vir.
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fotografias, documentos e uma linha do tempo
As vozes da indústria
Otacílio Borges Canavarros (1975–1988) - O primeiro presidente da Fiemt foi o engenheiro químico, professor e cofundador da UFMT, Otacílio Canavarros. Sua liderança deu início à institucionalização da indústria mato-grossense, enfrentando barreiras estruturais como a falta de energia e infraestrutura. Promoveu a criação do Sesi, Senai e IEL no estado, e foi pioneiro na defesa da privatização do setor energético. Canavarros consolidou a FIEMT como referência do setor produtivo em Mato Grosso.
João Barbuino Curvo Neto (1981–1982) (in memoriam) - Apesar do curto período à frente da presidência, Curvo Neto teve papel decisivo na organização interna da federação e no fortalecimento do diálogo entre a indústria e o poder público, contribuindo para a transição e amadurecimento da entidade nos anos seguintes.
Ari Wojcik (1988–1994) - O advogado e empresário enfrentou uma época de desafios energéticos e expansão institucional. Criou o sistema de reeleição vigente, ampliou de 13 para 24 os sindicatos filiados e fortaleceu as finanças do Sesi e Senai. Foi dele também a iniciativa para a criação do Centro de Eventos do Pantanal.
Carlos Antônio de Borges Garcia (1994–2000) - Garcia dedicou sua gestão à infraestrutura energética, promovendo o 1º Seminário sobre Energia Elétrica e acompanhando a construção da Usina de Manso. Avançou na política industrial com incentivos aos setores de madeira, couro e leite, além de apostar na capacitação técnica e integração econômica sul-americana.
Alexandre Furlan (2000–2003) - Jurista e administrador, Furlan reformulou a Fiemt como entidade propositiva e estratégica. Incentivou a profissionalização interna e a qualificação do trabalhador, além de participar ativamente da formulação de políticas industriais. Licenciou-se em 2003 para assumir a Secretaria de Indústria e Comércio do Estado.

presidente da Fiemt. Foto: Divulgação
Nereu Luiz Pasini (2003–2006) - Empresário do setor madeireiro, Pasini levou a Fiemt ao interior do Estado. Enfrentou a crise do setor de madeira e fortaleceu os sindicatos e instituições do Sistema Fiemt. Representou uma liderança que valorizava a capilaridade da federação em um Estado de dimensões continentais.
Mauro Mendes Ferreira (2007–2012) - Atual governador de Mato Grosso, Mendes, então empresário do setor metalúrgico, foi responsável por modernizar a estrutura federativa, promover parcerias com instituições de ensino e defender reformas estruturais. Destacou-se pela busca de soluções sustentáveis e pela qualificação profissional.
Jandir Milan (2012–2018) - Milan promoveu a inovação e a profissionalização da indústria, implantando novas unidades do Senai e criando o projeto Multiação, com mais de 600 mil atendimentos. Atuou em debates nacionais e foi uma das lideranças do Movimento Mato Grosso Competitivo.
Gustavo Oliveira (2018–2022) - Durante a crise da pandemia, sua gestão foi fundamental para garantir o funcionamento da indústria com segurança. Inaugurou o Instituto Senai de Tecnologia e articulou ações para posicionar Mato Grosso como líder em biocombustíveis e sustentabilidade, preparando o setor para o pós-crise.
Silvio Cezar Pereira Rangel (2023–2026) - Atual presidente, Rangel é símbolo de uma nova fase da Fiemt, voltada à inovação, transformação digital e fortalecimento institucional. Empresário do setor de bioenergia, sua gestão tem promovido um ambiente de negócios mais competitivo e sustentável, com forte defesa dos sindicatos e entidades do Sistema Fiemt.
Fragmentos de uma história viva - Além do documentário, a exposição apresenta cerca de 140 fotografias, documentos e uma linha do tempo que retrata momentos marcantes, como a fundação da entidade em 1975 e a posse da primeira diretoria. Cada imagem e cada relato funcionam como peças de um quebra-cabeça que, ao se completarem, revelam a força da indústria mato-grossense em sua jornada de meio século.
Texto: Viviane Saggin
Para assistir os depoimentos completos CLIQUE AQUI. Confira abaixo o teaser do documentário.