Sistema Fiemt lidera debate sobre sucessão em Fórum Temático para Empresas Familiares - Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso

Sistema Fiemt lidera debate sobre sucessão em Fórum Temático para Empresas Familiares

25/09/2025 - 10h55
IBCG
Evento trouxe cases de sucesso para destacar a importância
da governança e do planejamento sucessório

Em parceria com o Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), através do Instituto Eulvado Lodi de Mato Grosso (IEL MT), o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) promoveu, pelo terceiro ano consecutivo, o Fórum Temático de Governança para Empresas Familiares. Realizado na sede da Federação, em Cuiabá, nesta terça-feira (24), o evento trouxe cases de sucesso para destacar a importância da governança e do planejamento sucessório para o futuro dos negócios.

“Este Fórum simboliza um compromisso da Fiemt em apoiar as empresas familiares, que representam a base da nossa economia. Fortalecer a governança significa fortalecer o setor produtivo do estado, gerar desenvolvimento e, sobretudo, beneficiar a população”, avaliou Priscila Rosa, coordenadora de Gestão Empresarial do IEL MT.

Para Marcelo Cintra, advogado e coordenador do Núcleo Centro-Oeste do IBGC, o papel do Instituto é justamente refletir, educar e influenciar por meio da disseminação das boas práticas de governança corporativa. “O IBGC foi criado há 30 anos com o objetivo de institucionalizar a governança corporativa e familiar no Brasil. Ao fazer isso, o Instituto reconhece e promove a função social da empresa, um princípio fundamental da nossa Constituição Federal que rege a ordem econômica do país.”

O evento contou ainda com a participação de Cristhiane Brandão, vice-coordenadora do Núcleo Centro-Oeste do IBGC, que trouxe para o debate a importância da inovação e do empreendedorismo como ferramentas de sucessão. “As novas gerações precisam desenvolver uma mentalidade empreendedora, trocando o conforto da previsão pelo risco da construção. É importante lembrar que ‘herdeiros sem fome não constroem legados’, e que a nova geração precisa ter brilho nos olhos e gostar do negócio para garantir o futuro da empresa”, afirmou.

Com 41 anos de fundação, a Prol Móveis de Aço foi um dos exemplos que ilustraram a importância da governança para o fortalecimento empresarial, o que inclui diversificação, inovação e, principalmente, “cuidar bem das pessoas”. Heitor Trentin, fundador da indústria, contou sua trajetória em Mato Grosso, que começou com a mudança de seu avô, de 72 anos, para Sinop, em 1974.

“Ele não precisava de nada disso, mas resolveu mudar para outro estado trazendo filhos e genros para investir em um sonho. Comecei do zero, limpando o chão do Bradesco, até chegar a gerente de banco. E foi nesse contato com as empresas que nos procuravam que eu observei uma demanda de mercado, assim começamos nossa história na Prol, que depois agregou a Morsa e a Plastibras”, explicou o empresário.

Gustavo Trentin, diretor executivo na Prol Móveis de Aço e filho de Heitor, nasceu e cresceu envolvido com a fábrica, assimilando seus cheiros, barulhos e construindo uma relação de afeto pelo negócio da família. Hoje, ele transfere essa paixão para as filhas, que têm menos de 5 anos, mas já “sabem a marca da empresa”. Apesar de reconhecer a importância da paixão, ele frisou que isso não é suficiente para ter sucesso no processo sucessório.

“Ter preparo técnico é importante, fiz Administração de Empresas pensando em agregar esse conhecimento ao negócio, também passei por vários setores da empresa. Mas, mais do que isso, temos que desenvolver habilidades comportamentais para poder conquistar a equipe, pois é muito comum, no começo, sermos vistos apenas como ‘filhos do dono’. Hoje, com a minha experiência, sei que os ingredientes essenciais para a sucessão são muita paciência, resiliência e humildade”, disse o empresário.

IBCG
Eventodebate a importância da inovação e do
empreendedorismo como ferramentas de sucessão

Do setor de saúde, Sandra Costa, do Grupo Sabin, reforçou que a governança foi determinante para transformar um pequeno laboratório, fundado em 1984, em uma rede nacional com mais de 350 unidades e 7 mil colaboradores. “Sem governança não teríamos conseguido crescer, expandir e diversificar. Foi ela que nos deu a estrutura para implementar a sucessão, que hoje conta com profissionais de dentro e de fora da família. É desafiador, mas necessário, porque o propósito maior da empresa é cuidar de pessoas”, afirmou.

No agronegócio, Luiz Piccinin, presidente da Áster , uma das três melhores concessionárias da John Deere no Brasil, destacou a importância da governança para a longevidade da empresa. Ele ressaltou que, para garantir a perenidade do negócio e separar os interesses familiares dos empresariais, é preciso desenhar regras claras e formais. Nesse processo, a humildade e a preparação dos herdeiros são essenciais para evitar privilégios e garantir a profissionalização do quadro de liderança.

“Em nosso negócio, as regras são claras: nenhum filho de sócio é ‘pendurado’. Para entrar, eles precisam concorrer com profissionais do mercado, e o salário é o do cargo, sem privilégios. Esse planejamento garante que a empresa continue forte e que o legado seja preservado, pois a sucessão precisa de preparação e não pode se basear em privilégios. Só assim crescemos e nos consolidamos”, afirmou Piccinin.

A conselheira de administração Silvana Facchiano ressaltou que a sucessão é um processo contínuo que, para ter sucesso, precisa de um planejamento antecipado e integrado à estratégia do negócio, evitando assim rupturas e conflitos familiares. “O desenvolvimento dos herdeiros, que inclui a formação técnica e comportamental, é fundamental. Afinal, a sucessão não é um improviso, e quando mal conduzida, pode causar disputas, perda de confiança e até o fim de décadas de trabalho”, destacou a especialista.

No encerramento do Fórum, que contou com o patrocínio da Deloitte, Cristhiane Brandão ainda reforçou o caráter plural da jornada de governança. "Cada família apresentou um caminho diferente, e é assim que funciona na prática. O Fórum é uma vitrine de exemplos concretos de governança, que precisam ser semeados e constantemente cuidados para que possam frutificar. É um processo contínuo que exige dedicação e visão de longo prazo."

Sobre o IBGC

É uma organização da sociedade civil com referência nacional e uma das principais no mundo em governança corporativa. A principal publicação do IBGC é o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, lançado em 1999, e atualmente vigora sua 6ª edição. O Núcleo Centro-Oeste abrange os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e Tocantins.

Texto: Da Assessoria

Acompanhe o Sistema Fiemt nas redes sociais:

Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso
Avenida Historiador Rubens de Mendonça, 4.193 - Centro Político Administrativo
Cuiabá - MT / CEP 78049-940 | Fone: (65) 3611-1500 / 3611-1555