O setor energético de Mato Grosso celebra um avanço importante com a retomada da elaboração do Balanço Energético Estadual, cuja última edição foi realizada em 2020. O novo estudo, que será conduzido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em parceria com a Fundação Uniselva, foi contratado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (20.10).

A iniciativa é fruto de uma mobilização conjunta da Sedec, Sindenergia e UFMT, visando reconstruir uma ferramenta estratégica para o planejamento energético. O contrato, no valor de R$ 1,28 milhão, prevê o levantamento e a análise da matriz energética mato-grossense, com base nos anos de 2021 a 2024, abrangendo todas as mesorregiões do estado.

O presidente do Sindenergia, Carlos Garcia, destacou que o balanço é essencial para que o estado possa desenvolver sua matriz energética. “Não há como planejar o futuro da nossa matriz energética sem conhecer a sua composição atual. O balanço é o primeiro passo para o planejamento energético do estado, e por isso trabalhamos junto às secretarias para sua retomada e aprovação”, afirmou.

Nosso objetivo consiste em traçar um planejamento energético para o estado para que possamos propor ações e investimentos que irão ajudar a desenvolver o nosso potencial energético, hoje limitado por gargalos na nossa infraestrutura elétrica.”

Garcia agradeceu o apoio do governador Mauro Mendes, dos secretários César Miranda, Rogério Gallo e Fábio Garcia, de toda a Diretoria e Equipe do Sindenergia, da Secretária Adjunta de Energia Linacis Silva, de toda sua equipe, especialmente a superintendente de Agronegócios e Energia, Camila Bez, e o coordenador de Energia, Teomar Magri, além da Diretoria e equipe do Sindenergia.

A secretária adjunta de Energia da Sedec, Linacis Silva Vogel Lisboa, ressaltou que a retomada do Balanço Energético representa um marco para o fortalecimento da política energética de Mato Grosso.

“Esse estudo é o ponto de partida para que o Estado avance com segurança no planejamento de sua matriz energética. Ele permite identificar gargalos, mapear potencialidades e orientar investimentos em geração e distribuição, especialmente nas fontes renováveis que vêm ganhando força em Mato Grosso. Teremos, com base científica, um diagnóstico que nos ajudará a planejar o presente e preparar o futuro energético do estado”, afirmou.

O professor Ivo Dorileo, coordenador do estudo pela UFMT, reforçou a importância técnica do balanço para o estado e para o setor energético, pois o trabalho vai abranger toda a cadeia energética — produção, transporte, distribuição e consumo.

“Mais de 50% dos estados brasileiros ainda não possuem balanço energético, o que é preocupante, pois sem ele não há base sólida para o planejamento. Mato Grosso se destaca, inclusive, por adotar uma metodologia inédita no país, com análises específicas por mesorregião”, explicou.

Dorileo ressaltou ainda que o trabalho será conduzido com metodologia científica consolidada e atualização de dados, permitindo identificar gargalos e potencialidades, inclusive em fontes renováveis como solar, biomassa e biogás, setores em franca expansão no estado.

Já o professor Danilo de Souza, integrante da equipe técnica da UFMT, destacou que o balanço contribui também para a descentralização do planejamento energético nacional.

“O governo, ao aprovar o projeto, fortalece a governança energética e contribui para o processo de transição energética. É uma ferramenta que ajuda o estado a compreender seus usos energéticos e planejar o futuro com dados coesos e integrados ao balanço energético nacional”, pontuou.

Com a execução prevista para 15 meses, prorrogáveis por mais 12, o novo Balanço Energético deverá servir como base técnica para políticas públicas e investimentos privados, consolidando Mato Grosso como referência em planejamento e sustentabilidade no setor energético.

Texto: Da Assessoria