Mato Grosso soma 65 depósitos de patentes e avança em inovação, aponta INPI durante reunião do Cointec
Mato Grosso registrou 65 depósitos de patentes em 2024, segundo dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) apresentados durante a 3ª reunião ordinária do Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (Cointec) da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt).
O número coloca o Estado à frente de diversas unidades da federação da Região Norte e Centro-Oeste, como Amazonas (56) e Rondônia (6), no entanto, distante dos grandes centros como São Paulo (2,4 mil) e Minas Gerais (1.054). Mato Grosso consolida uma posição de destaque no Centro-Oeste, acompanhando Goiás (137) e Mato Grosso do Sul (63).
Realizado nesta semana na sede da Fiemt, em Cuiabá, o encontro reuniu representantes do setor produtivo, da academia e de instituições públicas para debater dois temas estratégicos para o desenvolvimento industrial: o papel do INPI na promoção da inovação e os impactos das criptomoedas e da tecnologia blockchain na economia.
Durante o evento, Milene Dantas, chefe do INPI, apresentou o panorama nacional da propriedade intelectual e destacou o papel do Instituto na promoção da inovação e do desenvolvimento tecnológico no Brasil. Ela ressaltou que patentes e marcas são importantes indicadores de inovação, essenciais para medir o dinamismo econômico e tecnológico de um país.
“O INPI tem trabalhado para acelerar a concessão de direitos de propriedade intelectual, fortalecendo a competitividade das empresas e impulsionando o crescimento econômico. Nosso compromisso é promover a cultura de inovação e tornar o Brasil um protagonista na economia do conhecimento”, afirmou Milene Dantas.
A representante também apresentou o ranking global de inovação, destacando o posicionamento do Brasil e a necessidade de modernização tecnológica. Segundo ela, programas como mentorias e exames prioritários têm sido ferramentas fundamentais para apoiar o ecossistema de inovação, reduzir prazos de análise e incentivar a participação de inventores brasileiros no sistema de patentes.
O presidente do Cointec, Rodrigo Crosara, destacou que o fortalecimento da propriedade intelectual é essencial para que as empresas locais avancem em competitividade e sustentabilidade.
“A inovação precisa ser vista como um ativo estratégico. Quando uma empresa protege sua criação, ela não apenas assegura seu direito, mas também contribui para o desenvolvimento tecnológico do Estado. Nosso papel, enquanto conselho, é aproximar o setor produtivo do conhecimento científico e estimular esse movimento em toda a cadeia industrial. O Conselho ainda está empenhado em apoiar a inovação e melhorar os índices de propriedade intelectual e de inovação de Mato Grosso como um todo”, afirmou Crosara.
Senai entre os líderes nacionais
O levantamento do INPI também apontou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) como um dos maiores depositantes de patentes de invenção no país. Em 2024, a instituição ocupou a 15ª posição no ranking nacional, com 43 pedidos registrados, figurando ao lado de importantes universidades e centros de pesquisa. O resultado reforça o papel do Senai como agente de inovação tecnológica e de difusão de conhecimento aplicado à indústria.
Criptomoedas e o futuro financeiro
O professor Renato Rosa apresentou uma análise detalhada sobre o universo das criptomoedas, consideradas uma das maiores inovações financeiras das últimas décadas. Ele abordou o tema sob múltiplas perspectivas — dos fundamentos tecnológicos aos impactos globais no sistema financeiro — destacando que o avanço dessa tecnologia é inevitável, mas ainda cercado de desafios.
“A tendência de adoção de criptomoedas está em ascensão, com avanços tecnológicos e geopolíticos acelerando seu uso em todo o mundo. No entanto, sua viabilidade como um sistema financeiro global alternativo ainda está em debate. A reflexão sobre seus impactos na economia real e nas empresas é essencial para entender se as criptomoedas, com suas vantagens e riscos, podem substituir ou coexistir com os sistemas financeiros tradicionais”, afirmou o professor.
Renato Rosa enfatizou que, à medida que mais países e empresas exploram o potencial das criptomoedas, será fundamental encontrar um equilíbrio entre inovação financeira e segurança.
Texto: Vívian Lessa