Expoind MT 2025: Produtividade e tecnologia são caminhos para o crescimento econômico sustentável no Brasil, destaca economista Samy Dana - Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso

Expoind MT 2025: Produtividade e tecnologia são caminhos para o crescimento econômico sustentável no Brasil, destaca economista Samy Dana

05/11/2025 - 11h53
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“É preciso investir em educação e tecnologia", disse Samy

A produtividade e o investimento em tecnologia foram apontados como os principais caminhos para o crescimento econômico sustentável do Brasil. É o que disse o economista Samy Dana durante a palestra “Cenários e Perspectivas Econômicas”, na Expoind MT. A palestra magna deu início àquele que já é considerado o maior evento do setor em Mato Grosso.

Doutor em administração e Ph.D. em negócios, Samy é conhecido por traduzir a complexidade dos mercados com leveza e precisão. Segundo ele, o país enfrenta um desafio estrutural ao crescer mais pela expansão demográfica do que por ganhos reais de eficiência, o que limita o desenvolvimento a longo prazo.

“O Brasil cresceu, em média, 2,1% ao ano nos últimos 40 anos. Mas, desses, apenas 0,2% vieram de ganhos de produtividade. Todo o resto veio do crescimento demográfico. Isso mostra que produzimos mais porque temos mais gente trabalhando, não porque estamos sendo mais eficientes”, afirmou.

Para o economista, a produtividade é a palavra-chave do desenvolvimento, seja no contexto de uma cidade, de um estado como Mato Grosso ou do país como um todo. Ele defendeu que o conceito está diretamente ligado à capacidade de gerar mais riqueza com os mesmos recursos, e que educação e automação são fundamentais para esse avanço.

“É preciso investir em educação e tecnologia. Automatizar processos do dia a dia, especialmente na indústria, é essencial. Quando se faz isso, resolvem-se problemas que custam milhões”, observou Samy.

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Samy também abordou a questão da mão de obra e dos
programas sociais

Ao analisar os entraves estruturais que afetam a competitividade brasileira, o economista citou o sistema tributário, a burocracia e a deficiência logística como fatores que prejudicam a eficiência produtiva. “O Brasil herda um sistema tributário péssimo, que agora passa por reformas, mas ainda enfrenta muitas dificuldades. Além disso, temos problemas logísticos que impactam diretamente estados como Mato Grosso”, avaliou.

Samy também abordou a questão da mão de obra e dos programas sociais, defendendo equilíbrio entre incentivo ao trabalho e políticas de proteção social. “Há pessoas que preferem não trabalhar e viver de benefícios porque isso se tornou mais vantajoso. Isso é um incentivo perverso. O sucesso de um programa social deveria ser medido pela redução da dependência dele, mas no Brasil, todos se expandiram”, criticou.

Por fim, o economista reforçou que o país precisa de políticas públicas voltadas à infraestrutura, à eficiência e à redução da carga tributária sobre o setor produtivo, além de promover um ambiente de negócios mais favorável.

“É preciso criar um ambiente mais propenso ao empreendedorismo. Quando o governo aumenta demais os tributos ou cria burocracias excessivas, acaba expulsando empresas. Às vezes, é mais vantajoso produzir na China do que no Brasil, e isso é preocupante”, alertou.

Texto: Vívian Lessa

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