O Painel V da Expoind 2025, realizado na tarde desta quinta-feira (06.11), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, reuniu especialistas e representantes de instituições industriais e ambientais para discutir as obrigações legais e os avanços tecnológicos na gestão ambiental das indústrias brasileiras.

Moderado pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem de Mato Grosso (Sindirecicle MT), Rodrigo Crosara, o debate contou com a participação da coordenadora jurídica da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Monicke Sant’Anna; do presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (CIPEM), Ednei Blasius; e do representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), Ricardo Carneiro.

Monicke Sant’Anna apresentou as iniciativas da indústria mineira voltadas ao cumprimento das normas ambientais, com destaque para a cartilha elaborada pela FIEMG, que reúne prazos e exigências mensais obrigatórias para o setor. Ela também apresentou o programa FAPI, voltado à fiscalização preventiva e capacitação ambiental, ressaltando o crescimento na adesão das empresas e a importância da educação jurídica e técnica para fortalecer a conformidade no setor.

“Temos buscado trazer a indústria para a legalidade e conformidade com a legislação. A cartilha é uma iniciativa que dialoga com todas as normas que as indústrias precisam seguir”, destacou Monicke.

O presidente do CIPEM, Ednei Blasius, trouxe a perspectiva do setor florestal, destacando os avanços da rastreabilidade da madeira em Mato Grosso, que têm garantido maior segurança jurídica e contribuído para o combate ao desmatamento ilegal. Ele também abordou os desafios enfrentados pelo setor, como a sobreposição de normas, falhas em sistemas digitais e entraves burocráticos.

“Não temos a menor dúvida de que o manejo florestal é a garantia de floresta em pé. Fazemos isso com controle e transparência na cadeia produtiva, contribuindo para o combate ao desmatamento ilegal”, reforçou Blasius.

Encerrando o painel, Ricardo Carneiro, da SEMA-MT, apresentou os sistemas de recepção e gestão de dados ambientais utilizados no estado, como o SIGA Autuação, o SIMLAM e o GeoPortal. Ele destacou a digitalização e a descentralização do licenciamento ambiental, que têm agilizado os processos e aproximado a gestão ambiental dos municípios.

“Nós também temos dificuldades, mas do nosso lado, de acompanhar o cumprimento da legislação. Trabalhamos com diversos sistemas para monitorar se as empresas estão seguindo as normas, o que torna o processo desafiador”, pontuou Carneiro.

O painel reforçou que a sustentabilidade industrial depende da conformidade legal, da desburocratização responsável e da transformação digital — pilares essenciais para uma indústria mais eficiente, transparente e comprometida com o meio ambiente.

Texto: Amanda Simeone