O Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de Mato Grosso (Sindirepa-MT) promoveu uma palestra sobre o tema “A Reforma Tributária e os Impactos para o Setor Automotivo”, realizada no Plenarinho da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), em Cuiabá. O encontro teve como objetivo esclarecer as principais mudanças previstas no novo modelo de impostos sobre consumo e apresentar orientações técnicas às empresas da cadeia automotiva, incluindo fabricantes, distribuidores, oficinas e comerciantes de peças.

A iniciativa contou com o apoio do Sindimec Sul MT e Sindimec Sudoeste, reforçando a integração das entidades industriais do estado e promovendo conhecimento estratégico para gestores e empresários. A palestra foi conduzida pelos especialistas Dr. Raul Túlio, Dra. Ana Paula Morais e Dr. Higor Feitoza, estudiosos e consultores em legislação fiscal e impactos da reforma para a indústria.

Entre os temas apresentados, estiveram o fim gradual do ICMS-ST para o segmento, com efeitos diretos sobre fluxo de caixa e margens de lucro; além do encerramento do modelo monofásico do PIS/COFINS e a adoção da CBS, que altera a forma de aproveitamento de créditos tributários

Também foram discutidas as mudanças relacionadas à tributação no destino, que exigirá revisão de estratégias comerciais, especialmente no comércio eletrônico; e a ampliação do crédito tributário com a não cumulatividade, favorecendo empresas com maior formalização fiscal.

Outro ponto de destaque foi a explicação sobre o Split Payment, mecanismo que automatizará o recolhimento de tributos durante as transações comerciais e que deve impactar a liquidez das empresas, demandando novas tecnologias e sistemas integrados.

Todas essas mudanças fazem parte do processo de transição estabelecido pela Lei Complementar nº 214/2025, que regulamentou o início da CBS e do IBS na tributação do consumo.

O presidente do Sindirepa/MT, Reny Maltezo, ressaltou a importância de que o setor se prepare, destacando que a reforma “vai alterar diretamente não só a forma como as empresas recolhem impostos, mas também a precificação, o fluxo de caixa, os contratos com fornecedores e a competitividade das empresas de reparação automotiva”. Ele reforçou ainda que o sindicato tem atuado para garantir informação e suporte técnico durante a transição:“É uma mudança que exige planejamento e responsabilidade. Nosso papel é orientar o setor para que ninguém seja pego de surpresa e para que as empresas de Mato Grosso estejam em condições de competir com sustentabilidade e segurança”, afirmou.

Texto e fotos: Vívian Lessa