Comandante apresenta projetos da Marinha à Fiemt
Representantes da Marinha do Brasil em Mato Grosso estiveram na Fiemt nesta semana para uma apresentação ao Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) sobre tecnologias inovadoras utilizadas pela instituição, incluindo o Programa de Desenvolvimento de Submarinos e o Programa Nuclear da Marinha. Foram recebidos pelos diretores José Alexandre Schutze – presidente do Coinfra – , Cleverson Cabral e Adilson Valera, além de representantes da equipe técnica da federação.
O contra almirante Carlos Eduardo Horta Arentz, comandante do 6° Distrito Naval, informou que existem quatro submarinos convencionais em construção, no complexo de Itaguaí, no Rio de Janeiro. O primeiro está prestes a passar pelo testes de navegação e a previsão é entregar um por ano, até 2022.
Uma quinta embarcação será movida a energia nuclear. O gerador está em desenvolvimento em Iperó (SP), município que abriga a cadeia de enriquecimento de urânio no país. A grande vantagem da propulsão nuclear é a autonomia, pois o submarino pode ficar submerso por meses, por não precisar emergir para recarregar como as embarcações convencionais (elétricas).
Ao todo, são R$37 bilhões em investimentos em um programa que gera um arrasto tecnológico importante para a indústria. Um submarino convencional possui mais equipamentos tecnológicos que um Boeing. Já com propulsão nuclear, são mais competentes que um foguete da Nasa. As pesquisas e inovações geram inúmeras possibilidades de aplicações civis, como na geração de energia e na medicina nuclear.
A tecnologia é francesa, exceto no caso do reator nuclear, que está sendo desenvolvido no Brasil, pois a tecnologia nuclear não é passível de cooperação.
De acordo com o comandante, são pouquíssimos os países que projetam, constroem e operam submarinos nucleares – e o Brasil fará parte desse grupo nos próximos 10 anos, prazo previsto para a conclusão da embarcação.
Além de explicar os programas, ele também falou sobre a estrutura da Marinha em Mato Grosso e sobre a importância da atuação, especialmente na regulação e fiscalização da navegação fluvial – incluindo a amadora –, atuação na fronteira, questões ambientais, manutenção da cartografia e sinalização náutica dos principais rios, apoio às populações ribeirinhas, especialmente em atendimentos de saúde.